Análise acústica da prosódia em mulheres com doença de Parkinson: efeito da Levodopa

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-12

RESUMO

MOTIVO DO ESTUDO: Pacientes com doença de Parkinson (DP) apresentam anormalidades da fala caracterizadas por pequena variação da frequência fundamental (Fo) e maior amplitude. O papel dos sistemas dopaminérgicos na patogênese dessas alterações e o efeito terapêutico da L-dopa não se encontram claramente determinados. O objetivo desta investigação é avaliar o efeito da L-dopa nas caraterísticas da prosódia de mulheres com DP. MÉTODO: Nós estudamos 8 mulheres com DP (68,4 ± 6,4 anos) e 8 mulheres controles (63,5 ± 6,8 anos). As pacientes (estágio H-Y 2, uma; estágio 2,5, quatro; estágio 3, três) foram examinadas quando off e on. A frequência fundamental intensidade e duração da fala de sentenças afirmativas foram analisadas com o programa WinPitch 1.8 (Philippe Martin®). Os parâmetros Fo analisados foram: Fo usual (Fo us), Fo máxima (Fo max), Fo mínima (Fo min), Fo max da tônica prénuclear (Fo max PNT), Fo min da tônica prénuclear (Fo min PNT), Fo max da tônica nuclear (Fo max NT), Fo min da tônica nuclear (Fo min TN), velocidade da variação melódica da PNT (VPNT), velocidade da variação melódica da NT (VNT), amplitude da variação melódica da PNT (APNT), e amplitude da variação melódica da NT (ANT). Duração da sentença (D), duração da PNT (DPNT), duração da NT (DNT) e número de sílabas por segundo (NSS) foram os parâmetros de duração investigados. Foram estudadas as seguintes variáveis da intensidade: intensidade média (MI), intensidade máxima (I max), intensidade mínima (I min), intensidade da PNT (IPNT) e intensidade da NT (INT). Diferenças foram estatisticamente significativas se p<0.05. RESULTADOS: Quando on, as pacientes tiveram resultados significativamente diferentes do período off quanto às seguintes variáveis- Fo max PNT mais alta (201,9 ± 27,5 Hz), APNT mais alta (22,1 ± 18,7 Hz) e MI mais baixa (32 ± 6,2 dB). Os resultados para os período off dessas variáveis foram, respectivamente, os seguintes - 168,5 ± 83,5 Hz, 20,4 ± 12,1 Hz, 32,7 ± 5,6 dB. CONCLUSÃO: Nossos achados mostram que terapia de reposição com L-dopa melhora discretamente a variação de Fo e a intensidade da fala de brasileiras com DP. Estes resultados sugerem que sistemas não-dopaminérgicos estão possivelmente envolvidos na patogênese de mudanças da prosódia em DP. Eles também indicam que terapias outras que agentes dopaminérgicos são necessários para tratar anormalidades da fala em DP.

ASSUNTO(S)

doença de parkinson l-dopa flutuações prosódia fonoaudiologia voz fala

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