Alterações fisiológicas e bioquímicas em quatro espécies florestais do bioma caatinga submetidas a alagamento / Physiological and biochemical alterations in four forestry species of the caatinga biome subject to flooding

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/10/2011

RESUMO

O nordeste brasileiro é caracterizado por possuir clima semi-árido, quente e seco. Ocupado predominantemente pelo Bioma Caatinga, que apresenta vegetação xerófila, de fisionomia e florística variada. Parte da Bacia Hidrográfica do São Francisco, nos estados de Alagoas e Sergipe, situa-se neste Bioma. No entanto, este apresenta componente vegetacional pouco conhecido e com níveis avançados de degradação ambiental. Para sua recuperação é imprescindível que se conheça a ecofisiologia das espécies a serem utilizadas para revegetação de áreas da bacia e especialmente das áreas marginais aos cursos dágua da Caatinga. Desta forma, este trabalho teve como objetivo o estudo do comportamento de espécies ocorrentes no Bioma Caatinga, frente ao alagamento do solo (estresse anóxico/hipóxico), com vistas a indicação das mesmas para revegetação de áreas marginais aos cursos dágua, situadas neste bioma. Mudas de Tabebuia aurea (Craibeira), Caesalpinia ferrea (Pau-Ferro), Aspidosperma pyrifolium (Pereiro) e Bauhinia forficata (Mororó), com cinco meses de idade, foram submetidas ao alagamento do solo permanente ou temporário (alagamento seguido de drenagem). Para o alagamento, a lâmina dágua foi mantida entre 10-20 mm acima nível do solo. Durante todo o experimento foi avaliada a emissão de fluorescência da clorofila a, antes do amanhecer (Fv/Fm) e ao meio-dia (Fv/Fm e Yield) e o teor de clorofila na terceira folha completamente desenvolvida, utilizando-se o fluorômetro portátil de luz modulada e o SPAD, respectivamente. Ao final do experimento determinou-se o potencial hídrico foliar e a concentração de clorofila a, b e total, o acúmulo de açúcares solúveis, prolina, aminoácidos totais, proteínas e a atividade da enzima álcool desidrogenase (ADH) (nas raízes mais novas). Também foi acompanhado o crescimento das plantas durante o experimento determinando a altura, o diâmetro do caule e número de folhas, a cada quatro dias, e ao final do experimento a área foliar, acúmulo e distribuição de biomassa. O estresse reduziu a eficiência quântica do fotossístema II e a leitura Spad em todas as mudas das espécies estudas, havendo recuperação nestas variáveis quando as plantas foram retiradas do estresse. O alagamento reduziu teor de clorofila a apenas nas mudas de A. pyrifolium (Pereiro) e B. forficata (Mororó) submetidas ao alagamento. As mudas de C. ferrea (Pau-Ferro) alagadas apresentaram aumento no teor da clorofila b, por outro lado esta foi reduzido em A. pyrifolium (Pereiro) e B. forficata (Mororó) do mesmo tratamento. O teor de clorofila total foi reduzido com a falta de oxigênio apenas nas mudas de C. ferrea (Pau-Ferro). As quatro espécies apresentaram aumento, em resposta ao estresse, nas variáveis carboidratos e proteínas. Houve redução das plantas submetidas ao alagamento nas análises de crescimento e no potencial hídrico foliar. Os resultados obtidos permitiram inferir que T. aurea (Craibeira) e B. forfikata (Mororó) desenvolvem mecanismos de tolerância ao alagamento e melhor recuperação, quando retiradas do estresse.

ASSUNTO(S)

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