A temática da felicidade desde a antiguidade até Agostinho no seu período inicial, mais detidamente na obra De beata vita

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Os grandes filósofos da Antiguidade dedicavam-se à filosofia como caminho que conduz à felicidade. As ações humanas objetivam alcançar os fins, os bens. Tanto as ações humanas quanto os fins-bens particulares para os quais tendem, subordinam-se a um fim-último. Este fim-último é o bem-supremo que os homens sensatos concordam em chamar de felicidade. Para Platão a felicidade plena consiste na contemplação da idéia de Bem, para Aristóteles a felicidade (eudaimonia) não depende apenas da sorte, do destino, ou dos deuses, mas é alicerçada na natureza do homem e na ação humana. Na realidade, desde Demócrito, Platão, Aristóteles, os estóicos, até Plotino, muitas reflexões foram realizadas sobre o tema da felicidade humana. O tema da felicidade foi despertado em Agostinho a partir da leitura do Hortensius de Cícero, obra que o converteu ao interesse pela filosofia. O conceito de Beatitudo (eudaimonia) possui, para Agostinho, assim como para o pensamento ético grego, uma importância e centralidade decisiva a fim de estabelecer o finis bonorum (telos) do homem e, nessa perspectiva a própria tarefa da filosofia. A antiga questão da eudaimonia ganha, no iniciado cristão Agostinho, novas roupagens, e torna-se a principal motivação de seu filosofar. Estabelece então, uma relação sistemática entre os escritos filosóficos antigos, que trataram deste tema fundamental, e sua visão de convertido ao cristianismo, para elaborar o estudo da felicidade. Com Agostinho, embora seguindo de perto as idéias estóicas e mais ainda as neoplatônicas, a felicidade deixa de ser algo buscado e conseguido apenas pelo próprio esforço, seja virtuoso ou contemplativo, do homem. Ele precisa da graça divina e só por isso consegue atingir o seu telos. Na obra De Beata Vita, embora ainda não fruto de longa experiência cristã, Agostinho rompe com a tradição filosófica e propõe não mais a filosofia como porto da felicidade, mas a posse de Deus. Só a posse de Deus garante e produz a felicidade

ASSUNTO(S)

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