A tecedura das relações saber-poder em saúde : matizes de saberes e verdades

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Esta tese analisa relações de saber poder presentes nas relações sociais dos(as) profissionais da saúde. Nesta realidade social habitam saberes, dentre eles profissionais e de gênero, que instituem regimes de verdade nas relações profissionais e na sociedade, constituindo se jogos de poderes que constroem barreiras e aprisionam os(as) profissionais para uma atenção fragmentada em saúde. Assim como os limites profissionais de cada área podem nos trazer a idéia de apropriação a determinado saber, onde há circulação de um poder, também podem ser visualizados saberes insuficientes ou parcelas de saberes em que circulam outros poderes. As relações saber poder na saúde nos mostram que suas práticas são um espaço social de intensa efervescência permeadas de conflitos que buscam (des)acomodar saberes e limites e, ao mesmo tempo, apontar novas possibilidades. Sob abordagem de Análise de Discurso, esta tese fundamenta se em referenciais de Michel Foucault, buscando regularidades dispersas em diferentes enunciados transversalizadas nos discursos como materialidades de jogos de verdades. Para desenvolvê la analiso diferentes práticas discursivas: nuanças de documentos que expressam o panorama da Saúde brasileira, sobretudo aqueles relativos ao Sistema Único de Saúde, palco de lutas e rupturas a regimes de verdades; discursos de diferentes profissionais docentes que expressam regimes de verdades acerca de suas práticas nos serviços de saúde e na academia e discursos da mídia como mediadores e também instituidores destes regimes de verdades. A análise se dá no entrelaçamento da perspectiva arqueológica em que procuro trazer à tona saberes e verdades que se evidenciam e se submetem, com a perspectiva genealógica em que procuro, nas relações de saber-poder, trazer à tona as razões de seu aparecimento e de suas transformações. Da investigação assinalo limites e possibilidades transformáveis de matizes para a constituição de um novo agir em saúde. Torna-se evidente a necessidade de se integrar ao discurso científico dos(as) profissionais, o discurso ético, tornando-os vigilantes de suas relações sociais. O saber em 9 saúde apresenta múltiplos poderes e positividades mas necessita de abertura para novos saberes, práticas e o questionamento do saber científico como único estatuto que nos pode garantir um viver saudável. Olhar a saúde sob a dimensão da vida e não da doença requer novos modos de subjetivação que rompam com concepções dicotômicas do viver e do exercício profissional.

ASSUNTO(S)

recursos humanos em saÚde relaÇÕes de gÊnero psicologia psicologia relaÇÕes interpessoais relaÇÕes de trabalho

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