A SUPERAÇÃO DA FILOSOFIA DA CONSCIÊNCIA EM J. HABERMAS : A questão do Sujeito na formação da Teoria Comunicativa da Sociedade
AUTOR(ES)
José Pedro Luchi
DATA DE PUBLICAÇÃO
1999
RESUMO
O pensamento da idade moderna, que tem como pontos de referência Descartes e Kant, coloca o Sujeito como fundamento sobre o qual se pode estruturar cognitivamente a realidade e proceder a sua plasmação racional-prática. Contra a mera continuidade da tradição e a acentuação da passividade cognitiva afirma-se a liberdade do sujeito autônomo que se auto-põe, liberdade que deve ser socialmente implementada num horizonte universalista. Eis, em poucas palavras, o núcleo da Filosofia da Consciência, como é emblematicamente impostada em Kant. Todavia, nos últimos tempos, em condições às vezes caracterizadas como nova intransparência, tem audiência crescente os contestadores da razão universalista moderna e de seu portador, o Sujeito. Razão e sujeito são acusados de hegemonia e dominação, de situar-se em um quadro teorético sujeito-objeto sempre já derivado, não originário e instrumenta-lizante, redutor do ser ao ente, incapaz de dar espaço ao diferente e de pensar a intersubjetividade. Também Habermas considera o paradigma filosófico-consciencial exaurido e inadequado para pensar criticamente a sociedade contemporânea. Sua proposta alternativa de resgate da racio-nalidade moderna se estrutura sobre a base de uma racionalidade comu-nicativa. Minha empresa nessa dissertação, intitulada A superação da Filosofia da Consciência em Jürgen Habermas é aquela de ler e avaliar o desenvolvimento do pensamento desse autor do ponto de vista de sua relação com a filosofia da consciência, nos escritos que vão desde Teoria e Práxis (1963) até Teoria do Agir Comunicativo (1981), passando por publicações de grande repercussão nos ambientes intelectuais como Para a Lógica das Ciências Sociais (1967), Conhecimento e Interesse (1968) e Para a Reconstrução do Materialismo Histórico (1976), entre outras. Tomam-se também em consideração as discussões posteriores, em seguida às posições assumidas, discussões registradas sobretudo em Pensamento pós-metafísico (1988). O sub-título A questão do Sujeito na formação da teoria comunicativa da Sociedade indica mais precisamente a delimitação do âmbito da pesquisa. Trata-se principalmente do valor de posição do sujeito no quadro da intersubjetividade comunicativa. Formação da teoria comunicativa da sociedade é um conceito amplo que compreende as investigações habermasianas nos âmbitos metodológico, teorético-cognitivo e teorético-social, que se orientavam desde o início para a elaboração de uma teoria da sociedade com intenção prática.
ASSUNTO(S)
jürgen habermas filosofia do sujeito comunicação pretensão de validade atos de fala linguagem filosofia mundo da vida
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.ibict.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=191Documentos Relacionados
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