A serpente na rede : extrema-direita, neofascismo e internet na Argentina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Sobretudo a partir da década de 1990, houve um aumento significativo no número de incidentes violentos envolvendo grupos de inspiração fascista, na Europa e nas Américas. Paralelamente ao processo que resultou nesse panorama, ganhou força o movimento denominado “revisionista”, ou negacionista. Através dele, procura-se reescrever a história relativizando determinados elementos do fascismo, ou mesmo negando o caráter genocida do nazismo. Tanto no âmbito político quanto social, os reflexos dessa “onda neofascista” tornaram-se visíveis. A extrema-direita conquistou resultados eleitorais expressivos na Europa, principalmente na França e na Áustria, utilizando uma plataforma xenofóbica e racista. Em vários países, inclusive na América Latina, gangues juvenis adotaram referenciais fascistas, formando a “tropa de choque” da extrema-direita. Um ponto fundamental a ser abordado neste contexto, diz respeito às novas tecnologias de comunicação e sua relação com a expansão dos movimentos de extrema-direita. O uso da internet como meio de divulgação de grupos extremistas – assim como a própria rede – é um fenômeno recente. Porém, o avanço na utilização da web por estas organizações é bastante significativo. Através da rede, os grupos extremistas têm uma poderosa ferramenta de divulgação, bem como um eficiente sistema de comunicação em âmbito mundial. É necessário compreender o impacto das novas tecnologias de comunicação na dinâmica interna dos grupos extremistas e também na sua relação com a sociedade. A Argentina é o país latino-americano com o maior número de páginas neofascistas na internet. Esta pesquisa buscou compreender o atual estágio da extrema-direita de inspiração fascista na Argentina, a partir de suas manifestações na rede mundial de computadores. Foi reconstituída a genealogia da extrema-direita naquele país, para então mapear a sua atual utilização da internet. Analisando os textos neofascistas divulgados nos sites, foi possível identificar seus principais argumentos e buscar a origem histórica do seu discurso.

ASSUNTO(S)

neofascism américa latina discriminação tecnologia da informação argentina internet fascismo mídia meios de comunicação discurso nacionalista

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