A Ruína e a Máscara: as contradições de uma modernização conservadora em Inferno Provisório, de Luiz Ruffato

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/12/2011

RESUMO

Nosso trabalho pretende realizar uma leitura do projeto ficcional composto por cinco volumes e intitulado Inferno provisório, de autoria do escritor mineiro Luiz Ruffato. Na origem, o projeto ruffatiano intenta reconstruir trajetórias individuais que configurem uma espécie de história do proletariado brasileiro, excluído das empreitadas levadas a efeito com o fim de inserir o país nos trilhos do que se convencionou chamar de modernização. No entanto, ao situar quase a totalidade das narrativas de Inferno provisório na cidade mineira de Cataguases (onde a estética do Modernismo foi adaptada mais como discurso, antes ideológico do que estético, sendo utilizado como base do esforço da elite industrial que propunha romper, nos termos de uma apropriação simbólica, com o passadismo impresso nas primeiras edificações, representativas de uma cidade que experimentou por um curto período de tempo a prosperidade advinda dos negócios do café) acreditamos que o autor realizou uma narrativa a contrapelo das versões oficiais, fazendo transparecer na trajetória dos seus personagens as contradições de uma modernização que se mostrou conservadora. Portanto, pretendemos estudar no conjunto de narrativas o modo como a Literatura articula um diálogo com a História e a Sociologia, fazendo surgir as tens ões responsáveis por fazer ruir os discursos legitimadores das estratégias de hegemonia e de dominação, fundamentais para a manutenção dos poderes estabelecidos à base de trocas, de favores e, principalmente, da exclusão. Além destes temas, pretendemos analisar o perfil do projeto que orientou a definição dos rumos estéticos e ideológicos do estilo modernista na construção do perfil urbano da cidade de Cataguases, identificando as divergências e convergências entre Modernismo, Modernidade e Modernização. Para tanto, utilizaremos as formulações teóricas de Walter Benjamin, Antonio Gramsci, Pierre Bourdieu, Nestor García Canclini, Sérgio Miceli, Ángel Rama e Roberto Schwarz

ASSUNTO(S)

literatura brasileira ficção luiz ruffato modernismo modernização conservadora brazilian literature fiction luiz ruffato modernism conservative modernization letras

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