A revolução iraniana na perspectiva de Khomeini: representações e paradigmas de um governo islâmico xiita (1979-1989)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/05/2007

RESUMO

Analisa-se as vicissitudes do Estado islâmico xiita e o conjunto de conexões entre a religião e o governo em sua dialética do sagrado. Investiga-se o pensamento político-teológico de Ruhullah Khomeini, tanto suas motivações endógenas como as tipologias teológicas estruturais, elucidando as conexões possíveis entre política e religião nos seus processos culturais que formam alteridades e identidades em seu bojo de expressões sócio-políticas: os sistemas institucionais, o profetismo politizante e o radicalismo como uma forma também de expressão social e política emancipatória. Focaliza-se os ineditismos do paradigma Khomeinista na construção política da revolução iraniana, compreendendo de que forma a República dos Aiatolás configura uma visão própria e islâmica da modernidade. Resgata-se as especificidades das idéias de Khomeini que engendraram pontos inéditos na história política iraniana, tais como: A chamada política para o ativismo político clerical; a tutela de um guardião os conduzindo às leis justas e retas configurando um aparato político norteado pelo escrituralismo governamental; Khomeini protagonizou a despersonificação do xiismo, isto é, a centralidade da lei religiosa substituiu a da pessoa religiosa. Os ritos de instituição e os aparatos de representações hegemônicas estão voltados para sacralização da política e do governo sob a égide do Corão. Apresenta-se ainda os paradigmas para implantação do governo islâmico sob a égide do escrituralismo governamental, segundo a formação discursiva de Khomeini. Destaca-se a expectativa que a revolução iraniana engendra nas minorias islâmicas estacionadas na periferia do capitalismo mundial, ressaltando a ascensão do Irã como ator político regional e seus desdobramentos nas relações entre o mundo muçulmano e o Ocidente. Ressalta-se os meandros históricos e os contornos atuais das diversas tensões entre a modernidade e a simbologia xiita, resgatando congruências e disparidades. O predomínio da fé é um caminho revolucionário para aproximação entre tais mundos tão mais próximos do que admitem. Principalmente no que tange aos erros de interpretação do interlocutor que insistindo em readotar determinadas posturas históricas, formata e consolida um ambiente moral e político de hostilidade e incompreensão.

ASSUNTO(S)

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