A revanche camponesa : cotidiano e historia em assentamentos de Goias

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

Depois de quase dois séculos de exclusão do trabalhador rural em Goiás, agravada pela "modernização conservadora" dos anos 50 e 60, a década de 70 foi marcada pelas primeiras resistências individuais ou coletivas ao processo de grilagem, pela retomada da sindicalização e pela formação da oposição ao sindicalismo permitido pelo Estado. Mas, isso ainda não atendia plenamente às exigências da reprodução camponesa da época. Na década de 80 emergiram então os primeiros conflitos caracterizados como luta organizada pela posse e manutenção na terra. Em meados da década, as primeiras ocupações de fazendas já tinham desfecho favorável com o surgimento dos assentamentos rurais no Estado. O presente estudo quer, num primeiro momento, reconstituir e compreender a trajetória histórica dos sujeitos ai envolvidos, bem como as condições sociais que possibilitaram a sua emergência. É, pois, numa perspectiva histórica, social e política, um estudo das ocupações de terra enquanto movimento social rural. Mas, os primeiros assentamentos constituídos, comemorando seus primeiros dez anos de organização e trabalho, já possibilitam ir além dessa análise. Por isso, num segundo momento, numa perspectiva mais antropológica, procura-se compreender também o cotidiano de produção de objetos, e de símbolos e significados. Nessas duas esferas de observação, numa inevitável tensão entre rupturas e continuidades, podem ser encontrados elementos significativos para se afirmar a existência de um "novo campesinato" em Goiás. Ainda é muito prematuro pretender afirmar a sua estabilização definitiva. Mas, pelo menos, o modo como ele está se constituindo e as contradições que esse processo engendra, podem ser aqui encontrados

ASSUNTO(S)

camponeses questão agraria - goias assentamentos humanos pequenos produtores - goias

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