A relação dos perfis lateriticos bauxiticos com as superficies geomorficas do planalto de Poços de Caldas SP/MG / The relation of the bauxite laterite profiles with the geomorphical surfaces in Poços de Caldas Plateau SP/MG

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Muitos trabalhos no âmbito da geomorfologia buscaram associar níveis altimétricos às superfícies de erosão. Partindo-se da teoria de Davis, de topos concordantes ou topos de mesma altitude (uma abordagem clássica baseada em pontos de maior altitude), realiza-se a associação destas superfícies com a ocorrência de perfis bauxíticos, identificando-se assim as antigas superfícies ou paleosuperfícies. Portanto, este trabalho tem como objetivo principal correlacionar as superfícies geomórficas com os perfis de alteração, no caso, os Perfis Lateríticos-Bauxíticos, utilizando-se destes como marcos estratigráficos. A partir do trabalho de campo, no Planalto de Poços de Caldas encontrou-se três tipos de Perfis Bauxíticos: de Serra, de Campo e Retrabalhados. Os Perfis de Serra são mais espessos que os Perfis de Campo, com maior teor de alumínio e menor teor de sílica, indicando que provavelmente se formaram no topo, onde a drenagem permitiu uma maior lixiviação e concentração de alumínio. O que diferencia um Perfil de Serra do de Campo é uma camada de argila existente entre a rocha e a bauxita. Esta camada de argila não possui estruturas da rocha e é bastante homogênea, enquanto, em todo o depósito encontram-se volumes com estrutura concêntrica e sistemas de fraturas preservados do material de origem. Os Perfis Bauxíticos Retrabalhados possuem sua origem nos Perfis de Serra, pois nestes materiais a concentração de alumínio é elevada e a de sílica é baixa. Ao correlacionar os Perfis Bauxíticos, com as prováveis superfícies geomórficas, segundo a altimetria, percebe-se que não há uma ordem, os perfis estão distribuídos aleatoriamente nas bordas e no interior da área, em diferentes patamares do relevo, onde especialmente observa-se a ocorrência de Perfis Bauxíticos de Serra posicionados em altimetrias de Perfis de Campo e Perfis Retrabalhados posicionados sobre Perfis de Serra, acima dos 1.400 metros. O controle estrutural observado em campo, na literatura e nas cartas topográficas nos mostra zonas de falhas comuns, podendo-se associar esta descontinuidade do perfil bauxítico com essas movimentações. Uma das evidências mais claras são os padrões de drenagem que são preferencialmente controlados pelos alinhamentos estruturais que seccionam o embasamento. Muitas movimentações, provavelmente, ocorreram anteriormente à formação dos perfis bauxíticos, entretanto ocorreu uma reativação das falhas, pois se verificou que as falhas cortam os materiais associados aos Perfis de Serra, Perfis de Campo e em alguns casos, afetam os níveis de Perfis Retrabalhados, indicando que a atividade tectônica não se restringiu apenas em moldar o quadro (junto com o clima) dos processos erosivos que afetaram os perfis in situ, mas avançou para além dos eventos de formação dos materiais lateríticos depositados

ASSUNTO(S)

bauxita - poços de caldas (mg) geomorfologia - poços de caldas (mg) bauxite geomorphology laterite laterita - poços de caldas (mg)

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