"A patria que quisera ter era um mito" : uma introdução ao pensamento politico de Lima Barreto

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

Esta dissertação consiste na construção do perfil político de Lima Barreto, a partir de um segmento da obra deste escritor até hoje pouco explorado do ponto de vista da história: seus artigos e crônicas publicados na imprensa do RIO de Janeiro entre 1904 e 1922. Em meio a um corpus constituído por mais de ~OO textos, foram pesquisados aqueles que permitem delinear o perfil de suas idéias políticas e suscitam uma reflexão histórica inserida no contexto da República Velha. O resultado alcançado está muito próximo do que nos últimos anos tem sido chamado de "micro-história", na medida em que trata de reconstruir, a partir da observação de uma situação particular, a maneira como os indivíduos produzem o mundo social. A trajetória individual do Lima Barreto cronista e articulista é assim apresentada como objeto de reflexão e do olhar da história social. Inicialmente o trabalho compõem-se de um esboço biográfico que ressalta aspectos relevantes da história de vida de Lima Barreto, aspectos esses que permitam compreender suas idéias políticas. Em seguida, são tratadas questões referentes à política nacional que são discutidas pelo escritor. A crítica às administrações municipais, às eleições, à precariedade da cidadania existente no período, o papel político do Congresso Nacional, o movimento operário e a exclusão política e social vivida pela maior parte dá população brasileira são então abordados. As posições que Lima Barreto toma em relação ao capitalismo, ao anarquismo e ao socialismo conduzem a uma discussão a respeito do conceito de propriedade e da questão fundiária no Brasil, cujo marco é a publicação de um artigo que ficaria conhecido como "manifesto maximalista". Por fim, vemos como o escritor critica uma certa concepção despolitizadora do ato de governar que vai se sedimentando na Primeira República, ao propor que o exercício da administração pública se transforme numa função de competência exclusiva de técnicos e cientistas, assumindo, desta forma, um suposto caráter de neutralidade e objetividade

ASSUNTO(S)

imprensa - rio de janeiro (rj) ciencia politica

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