A Paraty oculta : a percepção de adolescentes sobre a qualidade de suas vidas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Este trabalho toma por objeto as percepções de adolescentes moradores em bairros periféricos da cidade de Paraty, Rio de Janeiro, sobre a qualidade de suas vidas. A pesquisa utiliza a metodologia qualitativa, entrevistando-se dez adolescentes, com um roteiro semi-estruturado. A análise das entrevistas utiliza o método de abordagem de conteúdo temático, onde se busca a compreensão simbólica da realidade a ser estudada, ancorada na teoria das representações sociais. Os temas da violência e do tráfico e uso de drogas perpassam todo o discurso dos adolescentes entrevistados, desvelando sua interferência em todos os espaços de suas vidas: família, bairro, processo saúde¬doença, instituição escolar, instituição policial. O cerceamento ao lazer, tanto por falta de opções como pela violência, constitui o eixo temático em que a exclusão social e a falta de qualidade de suas vidas são mais explicitadas em seus discursos. O texto constitui-se pelo reconhecimento da co-existência de duas Paratys: a que preenche folhetos e cartões postais e inunda os olhos dos turistas e a que é invisível aos olhares de estrangeiros, e só se desvela para os olhares nativos ou que aprenderam a enxergá-Ia. É desta Paraty oculta que este trabalho fala, narrando os caminhos que uma estrangeira deve trilhar para aprender a torná-Ia visível e poder então apreender a falta de qualidade das vidas que nela acontecem.

ASSUNTO(S)

adolescentes qualidade de vida

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