Gestantes adolescentes : conhecimento sobre reprodução e percepção de acesso a serviços de saude

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Para o Brasil, assim como para outros países, o índice crescente de gravidez na adolescência representa um problema social e de saúde pública devido às repercussões orgânicas, psicológicas e sociais que a gravidez acarreta nesta faixa etária. São vários e complexos os fatores etiológicos envolvidos no fenômeno. Entre eles, a literatura aponta a desinformação das adolescentes sobre o funcionamento do corpo e a falta de acesso aos serviços de saúde, onde as adolescentes são alvo de ações educativas e preventivas apropriadas. Este estudo de corte transversal teve como objetivos verificar o uso de métodos anticoncepcionais e a intenção reprodutiva, avaliar o conhecimento sobre o aparelho genital feminino e alguns aspectos da fisiologia da reprodução, bem como o acesso aos serviços de saúde entre adolescentes gestantes atendidas em uma unidade básica de saúde do Município de Indaiatuba, através de metodologia quantitativa. Foram entrevistadas individualmente 200 adolescentes primigestas no momento de sua primeira consulta de pré-natal, aplicando-se um questionário (pré-testado) com perguntas abertas e fechadas relativas às características sociodemográficas das adolescentes, intenção reprodutiva, uso de métodos anticoncepcionais na primeira relação sexual e antes de engravidar, identificação, localização e função dos órgãos genitais femininos, barreiras de acessos geográfico, econômico, administrativo, psicossocial e à informação, ao serviço de saúde. Na análise descritiva univariada dos dados foram utilizados a distribuição de freqüência absoluta e índices percentuais; na análise bivariada foi aplicado teste qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher, e, na multivariada, regressão logística para analisar a associação entre as características sociodemográficas e reprodutivas e o conhecimento e acesso a serviços de saúde. O conhecimento das adolescentes foi avaliado através da elaboração de três indicadores: anatomia, fisiologia dos órgãos genitais e fisiologia da reprodução, e o acesso ao serviço de saúde através de cinco indicadores de acessos: geográfico, econômico, administrativo, psicossocial e à informação. Concluiu-se que o uso de métodos anticoncepcionais é descontínuo e que a gravidez não foi programada na maioria dos casos. O conhecimento sobre os órgãos genitais femininos foi insatisfatório, principalmente os conceitos fisiológicos da reprodução. A idade e escolaridade das adolescentes, a religião, idade dos parceiros, a diferença de idade do casal e o vínculo com o parceiro após a gravidez associaram-se aos indicadores de conhecimento. Entre as barreiras de acesso ao serviço de saúde foram consideradas significativas apenas as barreiras de natureza psicossocial. A escolaridade, o trabalho, a idade dos parceiros e o vínculo com o parceiro associaram-se com o acesso ao serviço de saúde em suas diversas dimensões. Há a necessidade de novas estratégias para facilitar o acesso ao serviço de saúde pelas adolescentes e que minimizem as barreiras de gênero, respeitem a autonomia das adolescentes e considerem as características e o vínculo com seus parceiros

ASSUNTO(S)

adolescent pregnancy reproductive health saude reprodutiva sexual education educação sexual gravidez na adolescencia access to healthcare services acesso aos serviços de saude

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