A mudança discursiva na assistência ao usuário ou dependente de drogas: análise de discurso crítica de uma lei federal
AUTOR(ES)
Montenegro, Yuri Fontenelle Lima; Paixão, Ana Karla Ramalho; Martins, Natália Caldas; Brilhante, Aline Veras Morais; Brasil, Christina César Praça
FONTE
Ciência & Saúde Coletiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2022
RESUMO
Resumo No Brasil, as políticas sobre drogas passaram por modificações ao longo do tempo, carregando marcas de cada período histórico e interesse sanitário-político. Na atual conjuntura, por exemplo, há uma tendência de oposição aos ideais do movimento de reforma psiquiátrica. Nesse contexto, este artigo objetiva analisar os elementos-chave evidenciados a partir do estudo de um documento normativo sobre drogas, na perspectiva da análise de discurso crítica. Realizou-se a análise da Lei no 13.840, de 2019, conforme o modelo tridimensional de Fairclough, com discussão a partir dos conceitos de biopoder e biopolítica de Foucault. A ênfase no tratamento pautado pela internação involuntária, comunidade terapêutica e abstinência reproduz uma perspectiva asilar de tratamento. Observa-se, assim, a reprodução de concepções asilar, proibicionista e autoritária, justificadas sob um véu de neutralidade ideológica e evidências científicas, que corroboram a existência de um movimento antirreformista.
Documentos Relacionados
- Assistência ao usuário de drogas na atenção primária à saúde
- A nova Lei de Drogas (Lei no 11.343/2006) e o usuário. A emergência de uma política pautada na prevenção, na redução de danos, na assistência e na reinserção social
- A compreensão dos operadores de direito do Distrito Federal sobre o usuário de drogas na vigência da nova lei
- A implicação da família no uso abusivo de drogas: uma revisão crítica
- Drogas: armas ou ferramentas?