A melancolia em A Asa Esquerda do Anjo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O termo melancolia, como foi mostrado em todo o decorrer do nosso trabalho, principalmente no histórico da melancolia, é um termo, por excelência, escorregadio. De várias facetas, a melancolia pode vir a designar desde patologia, passando por inspiração filosófica, para desaguar num modo de ver a vida, como bem nos coloca Denílson Lopes em seu livro Nós os mortos: melancolia e neo Barroco (1999). A Asa Esquerda do Anjo (LUFT, 2005) é uma obra que já nos acompanha há algum tempo, pois desde a graduação estudamo-la. Em torno da protagonista, chamada de Gisela pela mãe e Guísela pela avó, circula toda a trama desse romance moderno. Tentamos visualizá-la nos três capítulos da dissertação. No primeiro, focalizamos a obra sob o aspecto de uma possível estética da melancolia, tendo por base teórica Marie Claude Lambotte (2000). Depois, elaboramos algumas linhas sobre as perdas da protagonista que do enredo emergem. Por fim, demonstramos Gisela pelo aspecto de múltiplas faces. Sabendo que uma obra literária é infinita em seus significados, cremos que A Asa Esquerda do Anjo (2005) suscita outras nuances. Isto nos dá a certeza que não é um texto acabado, finalizado. Estas nuances poderão ser estudadas, pesquisadas em uma outra oportunidade por nós ou por outros leitores de Luft. A fim de estudar a melancolia em Gisela, fundamentamos nossa dissertação com os estudos de Freud (1980) a respeito do tema. Este faz uma análise comparando a melancolia ao luto, para poder chegar, assim, a um denominador comum, já que o termo é flexível em seus significados. Freud e alguns outros autores no campo, tais como, Bataille (1980); Benjamin (1984); Erickson (2003); Klein (1971); Kristeva (1989); Lino (2004); Peres (2003); Santos (2005), Scliar (2003), pois, nos auxiliaram em nossas pesquisas e direcionaram melhor o nosso olhar sobre a obra. Acreditamos ter alcançado nosso objetivo estudar a obra A Asa Esquerda do Anjo (LLUFT, 2005) pelo foco da melancolia e suas nuances. Gisela é um personagem inacabado. Em seu discurso ela deixa isto bem nítido. Assim também, não buscamos respostas prontas, com teor de acabamento. O fechar da história está nas mãos do leitor. Mas, à medida que reiniciamos nova leitura, percebemos algo novo, que pode ser extraído da obra, do personagem, da trama. É neste abrir/fechar que a própria Gisela sussurra: Vem, vem, vem.... Ao chamar a todos nós, chama também para um novo caminhar com ela, em suas perturbações subjetivas e sua ausência de respostas. Ao aceitarmos este convite, fica difícil retornarmos pelo mesmo caminho de antes. É necessário, então, junto com este ser de papel, rever nossos passos, para, enfim, redimensionarmos nossa escrita acerca de nós mesmos e (por que não dizer?) do mundo que nos circunda

ASSUNTO(S)

modernidade ensaio literatura comparada lya luft freud melancolia

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