A linguagem na construção das representações de cultura brasileira e do brasileiro em aulas particulares e individuais de português com língua estrangeira

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/03/2008

RESUMO

Inserido na linha de pesquisa Formação de Professores de Línguas e do Projeto de Auto- Avaliação do Educador de Línguas, o objetivo geral deste estudo é analisar e avaliar, segundo a perspectiva crítico-reflexiva (SMYTH apud MAGALHÃES, 1998, LIBERALI, MAGALHÃES e ROMERO, 2003), como eu, professora-pesquisadora, trato a questão cultura e linguagem em aula individual e particular de Português para Estrangeiros (PLE). Este trabalho se diferencia dos demais sobre ensino-aprendizagem de PLE, porque investiga o contexto de aulas particulares individuais. O estudo tem como base a visão sociointeracional de linguagem (RICHARDS e ROGERS, 2001), segundo a qual a linguagem é considerada prática social, e a Gramática Sistêmico-Funcional (GSF) (HALLIDAY, 1994, CHRISTIE, 2005, EGGINS, 1994), que se fundamenta no modo como as pessoas usam a linguagem e como ela se estrutura na construção de significados. Uma vez que a GSF objetiva apontar como a linguagem funciona e como os significados são construídos, ela serviu como suporte de análise lingüística deste trabalho. Além disso, esta pesquisa se pauta nos conceitos antropológico (LARAIA, 2006) e semiótico (GEERTZ, 1989) de cultura, porquanto ambos entendem a linguagem como mediadora cultural na interação social; e na relação intrínseca entre cultura e linguagem na formação de identidade nacional (KRAMSCH, 1998, SILVA, 2000, HALL, 2005). De cunho etnográfico crítico, esta investigação foca aulas individuais de PLE, ministradas por mim, em 2006 e 2007, a cinco alunos strangeiros que vivem na cidade de São Paulo. Dois deles são executivos que trabalham em multinacionais e três, esposas que precisam aprender português e compreender a cultura brasileira para com ela interagirem. O corpus é constituído por quatro diários e por recortes de gravações de três aulas. A análise dos dados mostrou que a linguagem, na interação entre mim e o aluno, funciona como instrumento de mediação cultural, e que as visões de cultura brasileira e do brasileiro construídas na interação apontam aspectos positivos e negativos da identidade nacional. Nas considerações finais, é possível avaliar o desenvolvimento da reflexão-crítica, no sentido de rever e avaliar as visões de cultura brasileira e do brasileiro que ajudo a construir, e ainda me conscientizar de meu papel de professora como ser social e político.

ASSUNTO(S)

reflexão crítica linguagem cultura ensino de português língua estrangeira language culture portuguese teaching foreign language linguistica aplicada

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