A invenção de si e do mundo: uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

O presente trabalho tem como tema a invenção. Partindo da constatação da inexistência de uma investigação sobre a invenção no domínio de estudos da cognição, busca explorar as condições de sua formulação. Empreendendo uma análise da modernidade apoiada nas concepçges de Michel Foucault e Bruno Latour, encontra numa das vertentes dessa modernidade - onde se localiza a psicologia cognitiva - alguns pressupostos filosóficos e epistemológicos que respondem por uma certa maneira de colocar o problema da cognição. Buscando leis e princípios invariantes, a investigação psicológica fica restrita à invenção de solução de problemas e à invenção de estruturas cognitivas necessárias. Experimentando pensar a invenção como invenção de problemas e como processo imprevisível em seus resultados, lança mão de idéias da outra vertente da modernidade: o tempo como devir inventivo e a cognição como prática de mediação e criação de híbridos. Através de um trabalho em rede, que reúne e agencia filósofos como H. Bergson, G. Deleuzee F. Guattari, biólogos como H. Maturana e F. Varela e informáticos como P. Lévy, chega a um conceito de cognição ampliado, que inclui não só a recognição, mas também a invenção. Lançada no devir, possuindo um funcionamento divergente, a cognição tem sua potência inventiva amplificada quando gera objetos técnicos e também novos mundos, produzindo efeitos no coletivo. As dicotomias modernas - natureza e artifício, indivíduo e sociedade, ciência e política - são problematizadas em sua possibilidade de dar conta de formas cognitivas desde sempre híbridas, que o acoplamento com a informática torna hoje especialmente nítidas

ASSUNTO(S)

aprendizagem cognicao cognitivismo psicologia epistemologia genetica

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