A industria de bens eletronicos de consumo frente a uma nova rodada de abertura

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A presente tese avalia as contingências para a indústria de bens eletrônicos de consumo (BEC) instalada no Brasil e da produção de componentes que lhe cerca em face das negociações envolvendo a ALCA e o acordo Mercosul ? União Européia. O tema é discutido a partir da avaliação da indústria em tela no mundo, identificando e analisando i) a evolução das principais corporações no plano global em termos de sua capacitação e de sua expansão internacional; bem como ii) e as políticas e instrumentos usados por alguns governos nacionais ao longo do tempo e as implicações da criação da OMC e dos tratados de livre-comércio sobre os mesmos. A abordagem acerca da indústria de BEC no Brasil é feita também a partir de um resgate histórico, atentando-se para sua imbricação com a Zona Franca de Manaus (ZFM), área de regime aduaneiro especial criada com propósitos de alavancar o desenvolvimento da Amazônia Ocidental e que concentra grande parte da produção doméstica de BEC. O tratamento abrange as filiais/ subsidiárias de empresas transnacionais e as companhias de capital de residentes, observando-se o acúmulo de capacitações que as mesmas foram adquirindo em sua evolução. As condições do ramo produtivo em causa no Brasil também são abarcadas através da análise de indicadores de estrutura produtiva e de especialização comercial ? índices de vantagem comparativa revelada ? comparando-os com os de outras economias. Por fim, são discutidos algumas características e o andamento das negociações em torno da ALCA e do acordo Mercosul ? União Européia, tendo como pano de fundo os ditames da OMC. A discussão enfatiza alguns aspectos da 2ª Minuta da ALCA, bem como atenta para possíveis implicações para a ZFM, com os decorrentes efeitos sobre a indústria em causa. A conclusão básica é que o aprofundamento desse processo tende a criar obstáculos de monta para a indústria de BEC e sua cadeia produtiva, mormente as empresas de capital nacional, além do fato da produção interna (seja das transnacionais, seja das companhias de propriedade de residentes) ser favorecida pela vigência da ZFM. Porém há espaço para a atuação pública em prol do segmento em questão de sorte a inseri-lo com mais chances de sucesso. Nesse sentido, são constatadas brechas nos aludidos acordos, que favorecem políticas de clustering. Ademais a vigência de tratados de livre-comércio não tem impedido de todo políticas industriais por parte das economias nacionais, embora estas venham se adaptando ao novo contexto

ASSUNTO(S)

portos e zonas francas - manaus (am) organização mundial do comercio politica comercial industria eletronica - brasil

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