A festa em nós: fluxos, coexistências e fé em Santos Reis no Distrito de Martinésia Uberlândia/MG

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/12/2011

RESUMO

As festas populares são estruturas sociais que reproduzem crenças, signos e valores. São permeadas pelas trocas e pela realização do homem enquanto sujeito social. Nelas os voluntários e espectadores se encontram, compartilhando práticas e símbolos coletivos. No interior do Brasil algumas manifestações culturais se mantêm, como é o caso das Festas de Santos Reis. Em geral, esse tipo de festividade conta com a reprodução do tradicional entremeada pelas práticas modernas. Considerando as dinâmicas, alterações e adaptações da Festa de Santos Reis através do tempo e do espaço, tornaram-se estudo de caso as festas do Distrito de Martinésia Uberlândia, Minas Gerais. A evolução da festa nesse lugar se impregnou de novos valores, movimentos, objetos e sujeitos, ao mesmo tempo em que abandonou parte de suas práticas e representações. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo central investigar tais dinâmicas e entender suas consequências no lugar e como seus sujeitos percebem as metamorfoses em questão. Para isso, foram realizadas incursões a campo entre os anos de 2009 e 2011, com destaque à participação efetiva, coleta de entrevistas e aplicação de questionários durante as festas dos anos de 2010 e 2011. As leituras e reflexões teóricas auxiliaram o entendimento do vivido, permitindo desconstruir as ideias pré-concebidas e repensar a festa enquanto fluxo social reproduzido no lugar. A partir dos estudos teóricos e da experiência empírica, foi possível verificar que as Festas de Santos Reis de Martinésia são estruturas fluidas, compostas por sujeitos múltipos que, em sua multiplicidade produzem o autêntico, mesmo em meio ao espetáculo. Os cheiros, as cores, os sorrisos e sabores vivenciados nunca se repetem, porque o fluxo não permite que as práticas, expressões e elementos sejam idênticos. Nessa perspectiva, a festa muda cotidianamente, pois o sujeito é ser de transformação. Cria-se um corpo único, dinâmico que mescla o passageiro e a tradição, o fluxo e o fixo elementos que se entremeiam ao sujeito e permitem o movimento da cultura. Desse modo, entende-se que as festas são expressões da vida social e se transmutam, adaptam e ressignificam de acordo com as necessidades e pretensões de seus sujeitos e do tempo e espaço em que existem.

ASSUNTO(S)

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