A festa do bom Jesus dos navegantes em propriá-se: história de fé, espaço das relações sociais e laços culturais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O estudo trata de uma pesquisa realizada para o mestrado em Ciências Sociais em convênio entre a Universidade Tiradentes-UNIT/SE e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Por ser um acontecimento religioso, buscou-se mostrar que as festas religiosas de modo geral têm significados particulares para cada povo ou região. As festas brasileiras independente de onde aconteçam, como informa Amaral (1998), são manifestações populares que, conforme o contexto em que se apresentam, podem diluir, cristalizar, celebrar, ritualizar ou sacralizar a experiência social particular dos grupos que a realizam. Elas acontecem como forma de agradecer vitórias alcançadas ou passagens religiosas importantes como o Natal, celebração aos santos juninos, santos padroeiros e os considerados santos protetores. Assim, A festa do Bom Jesus dos Navegantes em Propriá-SE: história de fé, espaço das relações sociais e laços culturais se apresenta como campo de estudo dessa dissertação por tratar-se de um desses festejos que, embora comemorado por alguns municípios sergipanos situados às margens do rio São Francisco, sempre nos domingos de janeiro, tem a característica de se sobrepor a todas as outras festas realizadas na cidade, inclusive às do santo padroeiro de Propriá, Santo Antônio, realizada no dia 13 de junho. Enquanto material e métodos, optou-se pela pesquisa qualitativa/participante, fazendo uso das técnicas de observação direta, entrevistas, publicações de jornais, sites, fotos, vídeos e depoimentos de organizadores e participantes, além de referências bibliográficas de estudiosos da área. Com esta pesquisa buscaram-se respostas para questionamentos sobre o que poderia manter viva a realização do festejo de Bom Jesus dos Navegantes a cada ano, tendo em vista tratar-se de um santo protetor e não padroeiro; avaliou-se como o investimento do poder local na organização dos festejos artísticos vem criando um fio de tensão com a Igreja Católica, promotora dos rituais religiosos. Além disso, analisou-se como os espaços sagrados e profanos se apresentam indissociáveis ao festejo e, por fim, constatou-se que a festa preserva o seu valor ao conservar sua tradição e ao abrir espaço para a modernidade, não se enfraquecendo, mas sofrendo metamorfoses do tempo e do espaço, podendo ser percebida nas relações sociais e laços culturais envoltos pelo momento de fé religiosa

ASSUNTO(S)

festa religiosa sergipe rio são francisco sagrado-profano ciencias sociais fiesta sergipe são francisco river sacred-profane

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