A escuta participante como procedimento de pesquisa do sagrado enunciante

AUTOR(ES)
FONTE

Estudos de Psicologia (Natal)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-12

RESUMO

Ao aprofundar a análise dos textos "sociais" de Freud descobre-se que, em vez de aplicações da psicanálise ao coletivo, são prolongamentos da metapsicologia, com elevada relevância clínica e, tomados isoladamente, acentuada pobreza enquanto construtos psicossociais. Este resultado deve entender-se como preâmbulo à continuação da crítica numa direção complementar: o resgate da dimensão inerentemente social dos conceitos psicanalíticos aparentemente ligados, com exclusividade, a aspectos clínicos ou metapsicológicos. Fazê-lo abre a perspectiva de desenvolver uma psicanálise socialmente interventiva, sem prejuízo do rigor técnico e epistemológico. O eixo que o possibilita prende-se ao conceito de sujeito, não mais confundido com indivíduo nem centrado no eu. O transe, tão presente em cultos extáticos brasileiros, constitui-se numa oportunidade para verificar esta hipótese. No transe, o Outro se enuncia em primeira pessoa e a sua natureza semiótica, longe de excluir a sua dimensão psíquica, a inclui, constituindo-se em plataforma segura para uma abordagem pública e social do inconsciente.

ASSUNTO(S)

transe método etnográfico psicologia e religiões psicologia social psicanalítica sincretismo

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