A escrita na escola : apre(e)ndendo as regras do jogo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Esta dissertação tem por objetivo discutir a aula de redação e problematizar o silenciamento não raro imposto ao aluno, impedido que é de se tomar autor de seu texto. Nossa hipótese é que esse gênero - a redação escolar - tende a abafar a voz dos alunos e funciona apenas como mais um exercício dentre outros. É assim, ao menos, que a formação discursiva escolar o considera. Funcionando dessa maneira, a redação na escola seria mais um elemento do processo de assujeitamento a que o aluno é submetido dentro do bloco disciplinar que é a sala de aula. o corpus utilizado para desenvolver esta pesquisa é composto de vinte e duas aulas de Língua Portuguesa para o ensino médio e fundamental ministradas em escolas públicas da cidade de Campinas gravadas em áudio; redações produzidas por alunos durante essas aulas com as correções feitas pelos professores; entrevistas escritas com professores e alunos. Nosso embasamento teórico se apóia, principalmente, na teoria foucaultiana de discurso e das micro-relações de poder. Trabalhos como os de Foucault (1969; 1971; 1979) e de Coracini (1995; 1999), que entendem a linguagem como um produto sócio-histórico, assim como os conceitos de sujeito e de identificação são fundamentais-parao nosso trabalho. Nossas conclusões apontam para uma concepção de língua como forma de codificação e, por isso, freqüentemente, o professor se sente o guardião da língua-mãe, que não pode ser maculada - por isso, o aluno deve receber da escola um "modelo" do que deve dizer. Entretanto, percebe-se, ao mesmo tempo, resistências a essa imposição de sentidos, o que nos permite vislumbrar momentos em que os alunos não aceitam um poder imposto e um ensino que os leva à submissão. Por isso, as resistências são, por nós, vistas como possibilidades de deslocamentos

ASSUNTO(S)

lingua materna - analise do discurso identidade escrita - aprendizagem

Documentos Relacionados