A dramaturgy for late Pirandello : a theater for Marta Abba / A dramaturgia do ultimo Pirandello : um teatro para Marta Abba

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta tese teve por objetivo analisar a dramaturgia dos últimos dez anos de vida de Luigi Pirandello (1926-1936), em especial os dramas escritos para a atriz Marta Abba, e atualizar o estado da pesquisa em Pirandello. O estudo partiu da constatação de que graças à atriz, as duas metades do imaginário feminino pirandelliano, a mãe santa e a prostituta, passam a conviver em uma mesma imagem de mulher, para chegar até a imagem da vamp virtuosa: uma criatura eroticamente fascinante, mas sexualmente inacessível. Percorrendo a argumentação crítica atual, constatou-se que a produção tardia do escritor é o resultado de um violento intercâmbio, de uma forte influência mútua entre estímulos biográficos e resultado artístico. Tendo isto em vista, buscou-se reconstruir, por meio da crônica e da crítica teatral da época, o estilo da performer Marta Abba, e sua definição como atriz pirandelliana. Tomando como base as propostas teóricas do assim denominado Teatro Novo, suas relações com o idealismo das primeiras vanguardas, e, principalmente, confrontando o epistolário Pirandello-Abba com a sua produção teatral, justifica-se a perspectiva autobiográfica presente no teatro de Pirandello do último período. Ao escrever para a atriz, o dramaturgo não poderia deixar de ter em mente a qualidade interpretativa de sua musa inspiradora, esta excepcional intérprete que foi a co-autora do novo perfil feminino desenvolvido pelo autor e, por outro lado, ao individualizar em Marta Abba as criaturas que ele já havia imaginado anteriormente, Pirandello se vê sob o signo de uma “predestinação”: a atração física do Maestro por sua intérprete, “filha de sua arte”, recupera um antigo fantasma, o tema tabu da escritura pirandelliana: o “fascínio paterno”, incestuoso. Pirandello constrói assim um personagem feminino plural e ambíguo, em consonância com os maiores ícones do cinema dos anos trinta, Greta Garbo e Marlene Dietrich, capaz de absorver o estilo “camaleônico” e contraditório de interpretar de Marta Abba, ao mesmo tempo em que é capaz de traduzir e incorporar seu próprio tormento interior.

ASSUNTO(S)

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