A dimensão regulatória da Psicologia clínica: o impacto da racionalidade dominante nas relações terapêuticas

AUTOR(ES)
FONTE

Estudos de Psicologia (Natal)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-04

RESUMO

O projeto de se submeter, de diferentes modos, ao paradigma dominante na ciência produziu uma considerável dimensão regulatória da psicologia clínica que coincidiu com diversos momentos de exclusão da subjetividade. Esse enfoque é baseado, em termos gerais, sobre três problemas. Primeiramente, há o problema da legitimidade, segundo o qual, em função de um conhecimento pretensamente confiável e de noções universalistas, os sentidos singulares dos pacientes seriam substituídos por noções consagradas pelas teorias. O segundo problema é o da competência em que as teorias clínicas estariam muito mais imbuídas de noções voltadas à doença, ao déficit e à incapacidade, o que permitiria poucas opções quanto aos eventuais recursos dos pacientes. O terceiro problema seria o do consumo, no qual a ausência de uma discussão crítica sobre o mesmo permitiria a criação de uma cultura em que tanto os serviços quanto o conhecimento seriam consumidos como produtos. O artigo é concluído com o esboço de alguns pontos rumo a uma ética interna que possa estabelecer as relações entre as dimensões separadas no conhecimento e melhor refletir as conseqüências deste na sociedade.

ASSUNTO(S)

epistemologia psicologia clínica regulação subjetividade

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