A crítica entre a literatura e a História: o percurso da crítica literária de Sérgio Buarque de Holanda dos verdes anos à profissionalização do ofício

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Este trabalho pretende apresentar o perfil de Sérgio Buarque de Holanda como crítico literário, abarcando seus escritos de 1920 a 1950, aproximadamente, tentando contemplar, antes de tudo, como se deu sua inserção no campo intelectual de seu tempo e, logo em seguida, nos debates e contendas do Modernismo. Nesse percurso, o estudo tenta apreender o modo com que Sérgio Buarque, na dispersão dos primeiros escritos e de suas próprias leituras, agencia a noção de formação gradual de sentimentos, de seu escrito de estreia, noção que tentará adequar à leitura que faz das vanguardas, em especial o Expressionismo e o Surrealismo, passando a empregar, de forma recorrente, nos escritos da fase heroica do Modernismo, o termo expressão , certamente correlato à noção aludida. Entre as muitas novidades que descortina na literatura moderna, inclusive incorporando na linguagem suas tensões, Sérgio Buarque vai se deter com mais vagar sobre a poesia de Manuel Bandeira, na qual vislumbra uma combinação sui generis de originalidade e melancolia, sem dúvida elementos que, no caso da poesia de Bandeira, contemplam o melhor que se poderia pretender em termos de lírica moderna, no sentido de ser a poesia, ao contrário de outras manifestações artísticas, uma arte vincada pela nação, conforme argumenta Gottfried Benn. Na poesia de Manuel Bandeira, já em 1922, Sérgio Buarque, ainda escrevendo no ritmo apressado das descobertas, vislumbra esse percurso, que levará da subjetividade, plasmada em expressão artística, à formação gradual e demorada dos sentimentos que consubstanciariam a nação. Este, por assim dizer, é o eixo em torno do qual se move este estudo, focalizando os debates e polêmicas que Sérgio Buarque protagonizou (este é o termo) na década de 1920 e abrangendo os escritos de crítica literária dos anos de 1940, quando essa visada romântica se desdobra não só numa avaliação renovada da poesia de Manuel Bandeira como no percurso muito próprio com que Sérgio Buarque lê e avalia a produção ficcional do período, elegendo o romance psicológico ou intimista, na contracorrente do paradigma regionalista de então

ASSUNTO(S)

literatura brasileira teses.

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