A cirurgia de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea minimiza o sangramento pós-operatório e a necessidade transfusional
AUTOR(ES)
Atik, Fernando Antibas, Miana, Leonardo Augusto, Jatene, Fábio B., Auler Júnior, José Otávio C., Oliveira, Sérgio Almeida de
FONTE
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-10
RESUMO
OBJETIVO: Comparando a revascularização do miocárdio (RM) com e sem circulação extracorpórea (CEC), com o sangramento no pós-operatório e a necessidade de transfusão de sangue e hemoderivados. MÉTODOS: De novembro/2001 a fevereiro/2002, foram analisados 186 pacientes submetidos a revascularização miocárdica, excluindo-se procedimentos associados, divididos em grupo A de 116 pacientes submetidos a RM com CEC e grupo B de 69 pacientes a RM sem CEC. Os dois grupos foram comparáveis em relação a características pré e intra-operatórias, exceto pelo maior número de anastomoses distais (p=0,0004) no grupo A, e maior atividade de protrombina (p=0,04) e RNI (p=0,03) no grupo B. Para evitar discrepâncias entre os grupos, foram selecionados 140 pacientes com características estatisticamente similares. RESULTADOS: Estudando os grupos pareados, tanto o volume total de sangramento em 24h (p=0,001), quanto aquele indexado para a superfície corpórea (p=0,004) foram respectivamente maiores no grupo A (609,6 ± 395,8 ml; 331,8 ± 225,8 ml/m²) em relação ao grupo B (437,2 ± 315 ml; 241 ± 173,9 ml/m²). Embora a necessidade de transfusão não fosse significativamente diferente entre os grupos (p=0,1), a quantidade transfundida de concentrado de hemáceas foi maior no grupo A (p=0,01). Não houve diferença estatística em relação à transfusão dos outros hemocomponentes e à necessidade de revisão cirúrgica de hemostasia. CONCLUSÃO: A RM sem CEC apresentou vantagens sobre a RM com CEC, em relação ao menor sangramento no pós-operatório e menor transfusão de concentrado de hemáceas. As repercussões deste achado podem ser inúmeras, principalmente em relação a minimização de fatores mórbidos e de custos hospitalares.
ASSUNTO(S)
revascularização do miocárdio circulação extracorpórea sangramento mediastinal transfusão de sangue
Documentos Relacionados
- Incidência de fibrilação atrial no pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio com e sem circulação extracorpórea
- Espasmo coronariano no pós-operatório de cirurgia de revacularização do miocárdio sem circulação extracorpórea: Diagnóstico e manejo
- A cirurgia de revascularização do miocárdio sem o uso de circulação extracorpórea (CEC) reduz a incidência de morte, acidente vascular cerebral ou de infarto do miocárdio no pós-operatório tardio?
- Efeito da circulação extracorpórea no derrame pleural pós-operatório em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio
- Influência do ácido tranexâmico no sangramento pós-operatório de cirurgias cardíacas com circulação extracorpórea