A ciência escolar como instrumento para a compreensão da atividade científica
AUTOR(ES)
Helder de Figueiredo e Paula
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
Este trabalho relata uma pesquisa destinada a investigar mudanças a serem instituídas na educação escolar para que ela se torne um instrumento para a compreensão da atividade científica enquanto um empreendimento cultural. Nele relatamos uma experiência com estudantes de sétima e oitava séries do ensino fundamental. Os dados apresentados no capítulo V desta tese mostram o sucesso da experiência de ensino aprendizagem que investiguei no sentido de contribuir para que os estudantes se tornassem capazes de reconhecer que as ciências propõem explicações baseadas em entidades inobserváveis. Esse é um passo importante para que os estudantes possam aprender a apreciar as ciências compreendendo suas relações com a arte, a literatura e outras manifestações culturais, também baseadas no espírito criativo humano. Os sucessos relativos da experiência de ensino-aprendizagem que constitui a parte empírica dessa investigação, bem como os avanços teóricos estimulados por sua avaliação me permitem delimitar uma epistemologia que pode e deve subsidiar a intervenção dos professores no desenvolvimento de novas práticas na educação básica em ciências. Minha tese é a de que a modelização, a dialogicidade e a metacognição são as estratégias básicas para promover a evolução do raciocínio epistemológico e das imagens dos estudantes sobre a natureza das ciências. Com elas, acredito ser possível promover a cultura científica em sala de aula, de modo a constituir valores cognitivos ou compromissos epistemológicos que desempenhem o papel de diretrizes para sofisticar o conhecimento dos estudantes sobre os fenômenos naturais e sobre os meios através dos quais nós os investigamos. Além disso, essas mesmas estratégias podem estimular os estudantes a ouvir e a coordenar pontos de vista diferentes dos seus, bem como a aprender a levantar problemas, a apresentar críticas e a exigir argumentos razoáveis e inteligíveis de seus interlocutores. Essas são contribuições para a formação da autonomia moral e intelectual dos estudantes que eu atribuo à educação básica e que podem ser alcançadas mediante a coordenação entre o aprender ciências, o aprender a fazer ciências e o aprender sobre ciências.
ASSUNTO(S)
educaçao teses ciencia estudo e ensino ambiente de sala de aula pesquisa. ensino aprendizagem
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/FAEC-858NMVDocumentos Relacionados
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