A administração exógena de leptina recombinante induz à angiogênese em queimaduras cutâneas provocadas em ratos

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Cirurgica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-04

RESUMO

INTRODUÇÃO: A leptina é um potente fator angiogênico que estimula a migração e a ativação de células endoteliais in vitro e a angiogênese in vivo. Além disso, a leptina tem sido considerada importante na angiogênese pois ela promove a formação de novos vasos sanguíneos. OBJETIVO: Investigar o efeito da leptina administrada por via exógena no processo de cicatrização em um modelo experimental de queimadura. MÉTODOS: Foram utilizados sessenta e três ratos Sprague-Dawley, machos. A lesão de espessura total da queimadura foi realizada por eletrocautério. O dano tecidual foi de 0.3 cm numa extensão de 2 cm tendo sido empregada o módulo de "corte"do eletrocautéio. Os ratos foram distribuídos em sete grupos de nove animais. As lesões por queimadura receberam leptina recombinante. Os animais foram sacrificados 3, 7 e 9 dias após o ato operatório. Obteve-se três animais de cada grupo nos três períodos estipulados. Três diferentes dosagens de leptina: 250 pg/ml, 500 pg/ml e 1000 pg/ml foram aplicados nos três diferentes grupos (A, B e C). Para cada uma das três dosagens de leptina, outro grupo de animais foi avaliado pelo uso de injeção combinada de leptina e antileptina (A1, B1 e C1) no sentido de investigar o efeito inibitório do fator leptina. Nove ratos serviram de controles. Estes foram submetidos à injeção de 0.3 ml de água e sacrificados nos mesmos intervalos de tempo. Após o sacrifício dos animais, o tegumento foi avaliado por sua aparência, cor e textura. Fragmentos das feridas queimadas foram ressecadas para exame histológico. A análise qualitativa de angiogênese, na ferida queimada, seguia o padrão da coloração de hematoxilina e eosina. Cada fragmento de tecido, de cada grupo experimental, foi submetido à avaliação imunohistoquímica da densidade dos microvasos pela coloração da célula endotelial por anti-rato CD 34 anticorpo monoclonal. RESULTADOS: O desenvolvimento de novos vasos sanguíneos foi mais significativo após sete e nove dias do tratamento com as altas doses de leptin. Não houve diferenças significativas de densidade de microvasos entre o sétimo e o nono dia pós-operatório entre os diferentes grupos tratados com leptina. Todas as feridas do grupo controle assim como dos outros grupos de animais, com a injeção combinada de leptina e antileptina, não desenvolveram novos vasos. CONCLUSÃO: A administração exógena de leptina recombinante aumenta a angiogênese tecidual em queimaduras em modelo experimental.

ASSUNTO(S)

leptina pele cicatrização de feridas agentes indutores da angiogênese

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