Administração oral de lactase exógena em comprimidos em pacientes portadores de intolerância à lactose devido à hipolactasia primária
AUTOR(ES)
FRANCESCONI, Carlos Fernando de Magalhães, MACHADO, Marta Brenner, STEINWURZ, Flavio, NONES, Rodrigo Bremer, QUILICI, Flávio Antonio, CATAPANI, Wilson Roberto, MISZPUTEN, Sender Jankiel, BAFUTTO, Mauro
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-12
RESUMO
RESUMO Contexto A hipolactasia primária é uma condição muito frequente na qual há redução da atividade da lactase na mucosa intestinal.A presença de sintomas abdominais devidos à má absorção da lactose presente em alguns casos caracteriza a intolerância à lactose. Objetivo Avaliar a eficácia de um produto contendo lactase exógena em comprimidos comparativamente a de um produto comparador com eficácia comprovada em pacientes portadores de intolerância à lactose. Métodos Estudo multicêntrico, randomizado, de grupos paralelos, com investigador cego, comparativo de não-inferioridade. Cento e vinte e nove (129) pacientes adultos portadores de intolerância à lactose e teste do hidrogênio no ar expirado compatível com o diagnóstico de hipolactasia foram randomizados para receber o produto experimental (Perlatte(r) - Eurofarma Laboratórios S.A.) ou o produto comparador (Lactaid(r) - McNeil Nutritionals, EUA), por via oral (um comprimido, três vezes ao dia), durante 42 dias consecutivos. Resultados Os dados dos 128 pacientes que efetivamente receberam o tratamento do estudo foram avaliados (66 tratados com o produto experimental e 62 com o produto comparador). Os dois grupos se mostraram homogêneos quanto aos dados demográficos e clínicos basais. A média da concentração do hidrogênio expirado aos 90 minutos no teste realizado ao final do tratamento (Dia 42) foi significativamente menor no grupo tratado com o produto experimental (17±18 ppm versus 34±47 ppm na população por protocolo). A diferença entre as médias dos dois grupos foi de -17 ppm (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: -31,03; -3,17). O limite superior do IC95% não ultrapassou a margem de não-inferioridade estipulada a priori (7,5 ppm). As análises secundárias de eficácia confirmaram a semelhança entre os tratamentos (populações por protocolo e com intenção de tratamento). A tolerabilidade foi excelente em ambos os grupos e não houve relato de eventos adversos graves relacionados ao produto. Conclusão O produto experimental se mostrou não-inferior ao produto comparador, indicando sua eficácia no tratamento substitutivo da lactase endógena em pacientes portadores de intolerância à lactose.
ASSUNTO(S)
lactase intolerância à lactose beta-galactosidase ensaio clínico
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