Prevalência de quedas e fraturas decorrentes de queda em idosos na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

As quedas configuram-se como um dos principais agravos que acometem a saúde do idoso, sendo responsáveis pelo declínio da capacidade funcional e da qualidade de vida do indivíduo. Além disso, são também importantes preditores da mortalidade. Esses eventos são responsáveis por altos custos sociais e aumento da demanda dos serviços de saúde, entre as principais consequências da queda cabe ressaltar: fraturas, lesões na cabeça, ferimentos graves, ansiedade, depressão e medo de cair. O objetivo do presente estudo foi verificar a prevalência de quedas e analisar os fatores a elas associados. Trata-se de um estudo transversal realizado por meio de inquérito domiciliar, com amostra composta por 420 idosos cuja coleta de dados foi realizada entre os meses de março e julho de 2010. A população acessível foi constituída de indivíduos com 60 anos ou mais de idade, de ambos os sexos, não institucionalizados, residentes na Zona Norte de Juiz de Fora. Para a análise dos fatores associados à ocorrência do evento queda, presença ou não nos últimos 12 meses, foi construído um modelo teórico de determinação com 3 blocos hierarquizados de variáveis às quais foram ajustadas entre si dentro de cada bloco, num primeiro momento. Os dados foram processados em um banco de dados criado por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), em seu módulo de análise complexa, versão 14.0, sendo o nível de significância do estudo de 5%. O uso do software Stata 9.2 permitiu na análise bivariada verificar a associação entre cada uma das variáveis independentes com a variável dependente, através da utilização do teste Qui-quadrado (c). Foram estimadas razões de prevalência brutas e ajustadas por regressão de Poisson, tendo como referência um modelo teórico de determinação com blocos hierarquizados. O nível de significância foi testado, usando-se os testes de Wald para heterogeneidade e tendência linear. A prevalência de quedas entre os idosos foi de 32,1% (IC95% = 27,7; 36,9). Entre aqueles que sofreram queda, 53,3% tiveram uma única queda e 18,5% tiveram fratura como consequência. A maior parte das quedas, 59,17%, ocorreu no próprio domicílio do idoso. A prevalência de quedas associou-se idade superior a 80 anos RPajustada (IC95%) = 2,68 (1,0; 7,22), sexo feminino RPajustada (IC95%) = 1,89 (1,04;3,47), necessidade de ajuda para locomoção por auxilio humano RPajustada(IC95%) = 3,68 (1,2; 11,34) ou por dispositivo auxiliar RPajustada (IC95%) = 5,8 (1,32;11,34) e diagnóstico autorreferido de osteoporose RPajustada (IC95%) = 2,06 (1,07; 3,96). Esses dados chamam a atenção para a necessidade de políticas públicas e ações de saúde voltadas para essa população, com ênfase em ações educativas, preventivas, e de promoção à saúde, que permitam a identificação dos fatores associados e intervenções multiprofissionais efetivas sobre as potencias consequências, advindas com as quedas, modificando-se, assim, o panorama atual

ASSUNTO(S)

idoso acidentes por quedas estudos transversais aged accidental falls cross-sectional studies saude coletiva

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