Prevalência da infecção por HPV e perfil das mulheres frente ao exame de papanicolau no município de São José de Mipibú/RN.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O vírus do papiloma humano (HPV) representa um dos principais agentes sexualmente transmissíveis entre as populações humanas de todo o mundo. Vários fatores estão associados à infecção e a persistência desse vírus no organismo. A infecção produtiva pelo HPV resulta em alterações no epitélio da cérvice uterina que podem evoluir para lesões de diferentes graus inclusive as malignas. Tais lesões podem ser visualizadas através do exame citológico de Papanicolaou (Pap), que apesar de simples, tem alto valor como teste de triagem na prevenção do câncer de colo do útero. Este estudo constou de duas etapas, com metodologias e abordagens distintas. O material coletado em cada etapa, sejam dados sócio-demográficos ou espécimes da cérvice uterina para análise, foram obtidas de pacientes diferentes e foram analisados separadamente. Na etapa I, avaliou-se o conhecimento, a atitude e a prática das mulheres em relação ao Pap por meio de entrevistas domiciliares de 267 mulheres das zonas rural e urbana do município de São José do Mipibu, utilizando questionário estruturado. Na etapa II, foram incluídas 605 mulheres com idade variando de 15 a 71 anos, media de 33,5 anos das quais foram coletados dois espécimes cervicais, sendo um para o exame citológico e o outro para análise molecular. Um questionário epidemiológico foi utilizado para obter informações, visando identificar fatores de risco associados à infecção. Para a análise molecular as amostras foram processadas utilizando protocolo de extração rápida de DNA de mamíferos. Para detecção do DNA da C. trachomatis e do HPV foi utilizada a técnica de PCR com os iniciadores CP24/27, e GP5+/GP6+ respectivamente. Os produtos de PCR foram submetidos à eletroforese em gel de poliacrilamida e corados pela prata. Do total de mulheres analisadas na etapa I apenas 46,1% demonstram possuir conhecimento adequado sobre o teste de Pap. As proporções de atitude e prática adequadas foram significativamente maiores, 63,3% e 64,4% respectivamente. As mulheres com maior grau de escolaridade apresentaram melhores índices de adequação dos conhecimentos, atitudes e prática. O descuido, a falta de solicitação do exame pelo médico e a vergonha, se apresentaram como principais barreiras para a realização do exame. Na etapa II encontrou-se uma prevalência geral do HPV de 28,9%, sendo 26,7% nas mulheres com citologia normal ou alterações benignas, sendo 26,7% as que tinham atipia de célula escamosa de significado indeterminado (ASC-US) e 80% naquelas com lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL). A prevalência da infecção pelo HPV foi maior nas pacientes com até 30 anos de idade, nas solteiras, e naquelas que tiveram mais de um parceiro sexual e estas apresentaram maior risco de aquisição da infecção pelo HPV e para o desenvolvimento de lesões da cérvice uterina

ASSUNTO(S)

papanicolaou cytological alterations alterações citológicas papanicolaou ciencias biologicas hpv hpv

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