Populations of Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) of municipalities of the State of Ceara: mechanisms of resistance to insecticides organophosphates and pyrethroids and potential natural and synthetic quinones for the management of resistance / Populações de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) de municípios do Estado do Ceará: mecanismos de resistência a inseticidas organofosforados e piretróides e potencial de quinonas naturais e sintéticas para manejo da resistência

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/12/2010

RESUMO

Populações de Aedes aegypti resistentes ao temefós e à cipermetrina estão presentes em diversos municípios brasileiros, comprometendo o sucesso do programa de controle vetorial vigente. Para a elaboração de planos efetivos de manejo da resistência é indispensável conhecer os mecanismos envolvidos neste processo. Este trabalho buscou identificar os mecanismos associados à resistência a estes inseticidas em três populações de A. aegypti do Estado do Ceará, bem como avaliar a toxicidade e ação residual de quinonas sintéticas, como compostos alternativos ao manejo da resistência ao larvicida temefós. Para tanto foram realizados bioensaios de suscetibilidade In vivo e testes em condições simuladas de campo (TSC) com os inseticidas e cinco naftoquinonas; testes bioquímicos para avaliar alterações na atividade de enzimas de detoxificação como as esterases, glutationa-S-transferases (GSTs) e oxidases de função mista (OFM); e testes moleculares para investigar mutações nos genes do canal para sódio, associadas à resistência sítio-alvo. Os resultados revelaram que todas as populações estavam resistentes ao temefós, com razão de resistência (RR95) de 7,2, 30 e 192,7 para Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato, respectivamente. O TSC demonstrou que para os níveis mais elevados de resistência (RR>30) a dosagem do temefós [(1mg/L (ppm)], preconizada para campo, não promovia controle efetivo. As populações apresentaram alterações na atividade das esterases e GSTs, quando comparadas com a linhagem suscetível Rockefeller. Das populações analisadas apenas Crato e Barbalha também se mostraram resistentes à cipermetrina. Apesar disso, a mutação kdr Ile1011Met foi detectada nas três populações e sua associação com a resistência foi confirmada apenas para Crato. Uma segunda mutação, Val1016Ile, presente apenas nas populações Crato e Juazeiro do Norte foi registrada pela primeira vez em populações do Nordeste brasileiro. Estes resultados revelam que a redução da resistência ao larvicida no campo pode ser complexa, lenta e requerer mais de oito anos para a reversão do quadro. Não foi constatada insensibilidade do sítio-alvo (acetilcolinesterase), nem alteração na atividade de glicoproteínas (P-gps), sugerindo que as enzimas de detoxificação estejam desempenhando o papel principal na resistência ao temefós. Duas naftoquinonas avaliadas em condições de semicampo: a 2-bromo-5-hidroxi-1,4-naftoquinona e a 3-bromo-5-hidroxi-1,4-naftoquinona apresentaram persistência melhor. A aplicação de 15 ppm deste último composto em recipientes plásticos provocou a eliminação de cerca de 80% das larvas suscetíveis ao temefós e 70% das resistentes, por até três semanas. Estes resultados sugerem que o composto tem potencial larvicida e que formulações adequadas podem aprimorar suas propriedades e persistência, para inseri-lo em um futuro plano de manejo da resistência a inseticidas.

ASSUNTO(S)

aedes aegypti resistência cipermetrina enzimas de detoxificação mutação kdr efeito larvicida naftoquinonas saude coletiva aedes aegypti resistence temephos cypermethrin detoxification enzymes kdr mutation larvicidal effects naphthoquinones temefós

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