O fantástico no contexto sócio-cultural do século XX: José J. Veiga (Brasil) e Mia Couto (Moçambique) / The Fantastic in the socio-cultural the twentieth century: Joseph J. Veiga (Brazil) and Mia Couto (Mozambique)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O desenvolvimento deste trabalho pautou-se em obras artísticas, engajadas politicamente, pertencentes ao macrossistema de Literaturas de língua portuguesa, a saber, uma Moçambicana: Um Rio chamado Tempo, uma Casa chamada Terra, de Mia Couto, e outra brasileira, Sombras de Reis Barbudos, de J.J. Veiga. A partir desse comparativismo entre os dois contextos, chegou-se a uma idéia do que é o fantástico contemporâneo, e procurou-se aprofundar o estudo sócio-cultural ressaltado nos conteúdos das duas obras. A temática "opressão" permitiu estudar as relações de poder e submissão entre as personagens das duas obras. Esta temática perpassou a análise crítico-literária fundamentando, filosoficamente, a atuação das personagens, reflexos muitas vezes da situação histórica vivenciada pelos autores. Semanticamente variada e polêmica, a palavra "opressão" prestou-se, nesta abordagem, a uma interpretação de possibilidade de um estudo sócio-cultural do momento em que as obras foram escritas, seguindo a linha filosófica desenvolvida pelo pensador alemão Sigmund Freud, no que se refere à interpretação do duplo. A pesquisa serviu-se de teóricos como Todorov, Caillois e Bessière, para a abordagem do gênero fantástico presente nas duas obras. Pelo fato de ter-se pesquisado toda a produção literária dos dois autores, sentiu-se a necessidade de citar outras obras, o que ajudou a estabelecer um diálogo entre as narrativas selecionadas e as demais obras dos dois escritores. Ao estudar as narrativas dos autores, pensou-se que fosse necessário uma inserção na história recente dos dois países cujo levantamento vem inserido nos anexos. Por não esquecer o contexto sócio-cultural da elaboração dos dois textos, é que a pesquisa espelha as circunstâncias históricas da época da criação das mesmas, sem deixar, contudo de perceber que a literatura vai além desse simples espelhar do real, pois a obra literária, além de dialogar com o mundo em que está inserida, dialoga com tempos e espaços outros que não os da realidade. A escolha desse tema se deu também pela indagação de ordem teórica, o que justifica a escolha do corpus, apresentado para estudo.

ASSUNTO(S)

fantastic j. j. veiga mia couto j.j.veiga mia couto absurdo oppression unusual fantástico opressão absurd insólito

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