O estudo da suposição no quadro da teoria dos blocos semânticos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/01/2013

RESUMO

Este trabalho insere-se no domínio de estudos da Semântica Linguística. O objetivo principal é desenvolver um estudo da suposição do português do Brasil segundo os pressupostos da Teoria da Argumentação na Língua (ANL) em sua fase atual, a Teoria dos Blocos Semânticos (TBS) desenvolvidas por Oswald Ducrot, Jean-Claude Anscombre e Marion Carel. Para isso, tomamos como referência os estudos relativos à suposição já realizados por Ducrot em diferentes artigos e capítulos de livros, como Ducrot (1987d; 1987e; 1977b; 1980b) e Carel e Ducrot (1999). Nesses estudos, os autores partem de uma definição enunciativa de suposição, segundo a qual um locutor, ao usar a estrutura se p, q, realiza dois atos ilocutórios sucessivos: um ato ilocutório de suposição, que apresenta o quadro do discurso dentro do qual o interlocutor deve situar-se, seguido de um ato ilocutório de afirmação ou de interrogação, caso o locutor faça uma pergunta a seu interlocutor. Tendo em vista o progresso dos estudos em Semântica Linguística, acreditamos ser necessário realizar um estudo da suposição que possa situá-la no novo quadro teórico da ANL, incorporando em sua explicação o recurso a conceitos criados para dar suporte à análise segundo os padrões da TBS, bem como excluir de sua explicação elementos já abandonados pelos autores, como a Pragmática e a Lógica. Como desejamos realizar um estudo semântico-enunciativo da suposição, a Teoria dos Blocos Semânticos e a Teoria da Argumentação Polifônica (TAP) vêm ao encontro de nossos objetivos: pela primeira, é possível apontar os componentes linguísticos mobilizados na construção do seu sentido, e pela segunda, são explicitados os componentes enunciativos envolvidos no sentido suposicional. Nossas análises, com base em enunciados retirados de fontes diversas, tornaram evidente a importância de se considerar como centrais a análise das relações entre os termos da própria língua, sem recorrer, para isso, a elementos de outra natureza. Elas mostraram, também, que a suposição mobiliza aspectos específicos da língua em suas variações, como o tempo verbal e as conjunções que articulam as orações subordinada e principal que compõem os enunciados, bem como aspectos enunciativos, como as relações entre locutor e interlocutor, e as atitudes e atribuição às Pessoas do discurso com relação aos pontos de vista evocados pelos tipos de suposição.

ASSUNTO(S)

letras linguÍstica linguÍstica da enunciaÇÃo argumentaÇÃo

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