Estados Paradoxais, uma clínica possível: contribuições à psicanálise da infância

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/08/2011

RESUMO

A proposta do presente trabalho partiu de inquietações postas à clínica ante a apresentação de uma formação psíquica denominada de Estados Paradoxais, cujas manifestações sintomatológicas não permitiam sua compreensão dentro de um único modelo diagnóstico. Esta formação indicava produções do sujeito referentes tanto ao autismo, como à psicose e à neurose, não permitindo sua inclusão específica dentro de uma ou outra destas estruturas clínicas. No decorrer do trabalho concebeu-se que, antes de se tratar da compreensão das produções ali enredadas pelo sujeito, a problemática dos Estados Paradoxais estava vinculada ao modelo diagnóstico diferencial. Desde então, várias transformações ocorreram no modo de se abarcar a clínica e na própria leitura acerca dos Estados Paradoxais. Da clínica destacou-se o caráter variante conforme a transformação de seus elementos constituintes, incluindo-se a discussão da intersubjetividade especialmente na análise da dinâmica familiar e do tempo sócio-histório-cultural. Também se construiu a noção dos Estados Paradoxais enquanto uma clínica possível remetida à psicopatologia situada na infância, sendo esta condizente às clínicas do vazio da contemporaneidade. E ainda, a leitura do sujeito na clínica dos Estados Paradoxais, pelo estudo de suas produções na fala e ações, modificou-se conforme a descolagem do modelo diagnóstico inicial, saindo de sua colocação enquanto vacilação estrutural para uma forma singular de enredamento, destacando-se sua possibilidade de articulação pelos registros simbólico, imaginário e real. Assim, com o auxílio da segunda clínica lacaniana, mediante a horizontalização da abordagem das produções do sujeito pelos três registros, foi possível compreender suas articulações conforme as apresentações postas sob a forma de desimplicação parental, ausentificações, apagamentos, estados confusionais, automatismos e ecolalias.

ASSUNTO(S)

psicanálise infância contemporaneidade psicologia psicologia aplicada psychoanalysis childhood contemporanity

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