Colecistectomia por mini-laparotomia em sistema ambulatorial : analise da metodologia e resultados

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1993

RESUMO

Quarenta doentes foram submetidos à colecistectomia por minilaparotomia em sistema ambulatorial, no período de junho de 1991 a junho de 1992, na Disciplina de Moléstias do Aparelho Digestivo do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. A idade variou entre 23 e 55 anos (média: 39 anos), predominando o sexo feminino (80%) e a raça branca (90%). Os critérios de inclusão no programa foram: idade máxima de 55 anos; estado físico classe 1 e 2 (ASA); índice de massa corpórea menor que 30; ter acesso a um telefone; residir ou estar hospedado próximo ao Hospital; ter condições familiares para cuidados pós-operatórios; e possuir aceitação do doente. No pós-operatório a introdução da dieta foi feita na quarta hora, a deambulação na quinta hora e a alta hospitalar na oitava hora após o término da cirurgia. O controle clínico foi realizdo através de contato telefônico, pela equipe cirúrgica, e de visita domiciliar, pela equipe de enfermagem. Os critérios de seleção analisados (fatores fisiológicos, idade, peso corporal, psicológicos e condições sociais) foram adequados considerando-se os bons resultados verificados. A colangiografia peroperatória foi realizada com sucesso em 92,5 %, diagnosticando presença de litíase intra-coledociana em cinco doentes (12,5%). O tempo anestésico cirúrgico médio foi de 81,13 minutos, e a necessidade de ampliação da incisão cirúrgica ocorreu em 10,0%, devido a presença de cálculos no colédoco em três doentes e necrose da vesícula biliar em outro. O tempo médio de permanência hospitalar no pós-operatório foi de oito horas em 87,5 % . Quanto às complicações imediatas, ocorreram vômitos em 17 doentes (42,5%), sendo necessária a hospitalização de três deles (7,5%). As complicações tardias ocorreram em dois doentes (5,0%): um deles apresentou febre no quinto dia de pós-operatório, e outro, com coleção sero-hemática na tela subcutânea, foi diagnosticado no sétimo dia de pós-operatório, cuja cultura foi negativa. Não ocorreram óbitos nesta série estudada. O controle clínico pós-operatório em nível domiciliar, através do contato telefônico e da visita da enfermagem, ocorreram de maneira eficiente. O retomo às atividades físicas e profissionais ocorreram precocemente, com predomínio no segundo e quinto dia de pós-operatório respectivamente. A sintomatologia dolorosa no pós-operatório precoce foi controlada cpm uma a duas ampolas de diclofenaco sódico por via muscular ou um a seis comprimidos de diclofenaco sódico por via oral. O acompanhamento pós-operatório foi em média de oito meses, não havendo casos de hospitalização tardia. O aspecto estético, quanto à expectativa dos doentes, foi satisfatório. O método demonstrou-se seguro e eficaz, sendo exeqüível sem que sejam necessários investimentos tecnológicos de alto custo

ASSUNTO(S)

colecistectomia abdomen - cirurgia

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