Análise comparativa da qualidade de vida e do estado nutricional de doentes esofagectomizados por adenocarcinoma e carcinoma de células escamosas / Comparative analysis of quality of life and nutritional assessment of patients esofagectomizados for adenocarcinoma and squamous cell carcinoma

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/02/2012

RESUMO

O adenocarcinoma (Adenoca) possui etiologia diferente do carcinoma de células escamosas (CEC) e nenhum trabalho investigou se existe diferença na qualidade de vida (QV) e no estado nutricional no pós-operatório de doentes submetidos à esofagectomia por câncer ao comparar estes dois tipos histológicos. Os Objetivos deste estudo foram: 1) Avaliar e comparar a QV entre os doentes submetidos à esofagectomia por Adenoca e por CEC; 2) Avaliar e comparar o estado nutricional destes doentes e correlacionar com os resultados referentes à QV. Métodos: 24 doentes submetidos à esofagectomia, 10 por Adenoca e 14 devido ao CEC, no período de setembro de 2004 a agosto de 2008, foram avaliados com no mínimo cinco meses de pós-operatório por meio de questionário SF-36, da Avaliação Subjetiva Global (ASG), do Índice de Massa Corporal (IMC), da porcentagem de adequação do peso atual/habitual, do questionário de frequência alimentar qualitativo e de medidas bioquímicas. Também foi investigada a presença dos sintomas de disfagia, anorexia, dificuldade de mastigação, náuseas, vômitos, diarréia e constipação. Resultados: As avaliações aconteceram em média a 2 anos, 4 meses e 26 dias de pós-operatório, com a maioria do sexo masculino (91,6%), caucasiano (70,8%), casado (83,3%), média de idade de 58,79 anos (DP=10,3) e com média de estudo de 4,94 anos. O IMC médio para o grupo Adenoca foi 21,5 (DP=2,7) e para o CEC 21,0 (DP=2,8). Na avaliação do questionário SF- 36, a capacidade funcional destes doentes mostrou diferença significativa com um melhor resultado para o grupo Adenoca e nos demais domínios houve igualdade entre os grupos. Houve correlação entre a variável "saúde mental" e "limitação por aspectos emocionais" e entre "dor" e "limitação por aspectos físicos", em ambos os grupos. Estes doentes sofrem com sintomas clínicos de disfagia, anorexia, dificuldade de mastigação, náuseas, vômitos, diarréia e constipação, que não se relacionaram com a QV. Não houve diferença significativa entre o estado nutricional dos doentes ao se comparar os dados de IMC (p=0,6602), da ASG (p=0,9493), porcentagem de adequação do peso atual em relação ao habitual (p=0,1505) e presença de sintomas clínicos (p->0,05). No grupo Adenoca e no CEC, o estado nutricional segundo os aspectos dietéticos, a presença de sintomas clínicos e a contagem de linfócitos totais, mostrou-se comprometido. Houve associação significativa entre a ASG e o sintoma de disfagia (p=0,0232) e entre o IMC e o escore de dor (p=0,0361). Conclusão: O escore mais alto para capacidade funcional indicou que o doente com Adenoca foi capaz em um nível maior que o doente com CEC de realizar todo tipo de atividade física, incluindo as mais vigorosas. A disfagia mostrou-se como um importante sintoma clínico no pós-operatório e embora o estado nutricional destes doentes seja de eutrofia antropométrica, há risco nutricional em ambos os grupos.

ASSUNTO(S)

neoplasias esofágicas transtornos de deglutição avaliação nutricional esofagectomia esophageal neoplasms deglutition disorders nutritional assessment esophagectomy

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