Weight loss before diet restriction and gastric surgery in morbity obese patientes : effects on insulin sensitivity, inflammatory markers and incretins / Emagrecimento apos restrição dietetica e cirurgia bariatrica em portadores de obesidade morbida : efeitos sobre a sensibilidade a insulina, marcadores inflamatorios e incretinas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A obesidade é conceituada como um quadro crônico que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura de modo a comprometer a saúde. Atualmente o tecido adiposo além de sua função como depósito de gordura, passou a ser considerado um órgão endócrino (Trayhurn, 2001). Os adipócitos secretam uma série de substâncias, como leptina, adiponectina, citocinas inflamatórias (TNF-alfa, IL-6) e PCR, que estão envolvidas em várias funções, incluindo, homeostase da glicose, inflamação, balanço energético, metabolismo dos lipídios e sistema fibrinolítico/homeostase vascular (Arner, 2003). Além dos hormônios secretados pelo tecido adiposo, sabe-se que o sistema digestório também secreta hormônios como as incretinas, uma delas é o GLP-1, secretado pelas células-L intestinais e possui efeito anti-diabético. Há também a secreção de grelina, que é um hormônio produzida no fundo gástrico, relacionada ao controle da fome, e à regulação do balanço energético a longo prazo (Cummings DE., 2001). No presente estudo avaliou-se o efeito do emagrecimento por dieta e o induzido por cirurgia bariátrica sobre os níveis plasmáticos de: GLP-1, grelina, adiponectina, citocinas inflamatórias e PCR, além da análise da correlação entre estas variáveis, em indivíduos obesos e diabéticos obesos. Foram avaliados 11 pacientes portadores de obesidade mórbida com intolerância à glicose normal (grupo NGT) e 8 pacientes, que além da obesidade apresentam diagnóstico de diabetes ou intolerância à glicose (grupo AMG: com 4 pacientes com DM tipo 2 e 4 pacientes com intolerância à glicose), que foram submetidos à cirurgia bariátrica pela técnica de tipo Fobi- Capella (Fobi,2001). Os grupos NGT e AMG foram caracterizados antes da cirurgia por apresentarem IMC 46,1 ± 2,27 kg/m2 e 51,20 ± 4,6 kg/m2 respectivamente, bem como o alto porcentual de gordura e circunferência da cintura. Os indivíduos no início do estudo, apresentavam níveis elevados de insulina de jejum 21,85 ± 2,93 uU/ml e 32,95 ± 9,66 uU/ml para NGT e AMG respectivamente, houve uma redução, que foi mais acentuada após 9 meses da realização da cirurgia chegando a valores dentro da faixa de normalidade, T5 12,08 ± 0,91 uU/ml NGT e 10,2 ± 1,55 uU/ml AMG. Quanto à glicose plasmática houve redução dos valores principalmente no grupo AMG, que apresentou resultados semelhantes ao grupo NGT, os valores no período T5 foram 77,7 ± 1,88 mg/dl para NGT e 70,93 ± 6,01 mg/dl para AMG. Em relação ao HOMA-IR, houve redução dos valores no período pós-operatório, sendo a diferença mais acentuada no grupo AMG, T1: 9,85 ± 3,67; T2: 4,67 ± 1,34 e T5: 1,73±0,24. Demonstramos que o aumento nos níveis de GLP-1 foi significativo no período pós-operatório (9° mês) tanto para o grupo NGT como AMG, momento no qual observamos melhora na sensibilidade à insulina e o grupo AMG apresentou uma maior secreção de GLP-1 no período T5 aos 30 minutos 34,06 ± 6,18 pmol/l quando comparados aos NGT 22,69 ± 4,04 pmol/l. Os níveis de adiponectina aumentaram ao longo do emagrecimento, sendo o aumento mais pronunciado após a realização da cirurgia, T1 6,43 ± 1,23 ug/ml; T2 8,35 ± 1,48 ug/ml; T5 17,17 ± 4,89 ug/ml para grupo NGT e T1 5,04 ± 1,2 ug/ml; T2 7,12 ± 1,73 ug/ml; T5 15,43 ± 5,52 ug/ml para AMG. A partir destes resultados o presente estudo permitiu concluir que a perda de peso por dieta necessitaria ser mais expressiva para que ocorresse melhora metabolismo glicose como também na secreção de GLP-1 e adiponectina, como a que ocorreu no emagrecimento cirúrgico. Demonstramos que o emagrecimento, em especial, em indivíduos do grupo AMG apresentaram normalização da curva de glicose, insulina e peptídeo-C, diminuição da resistência à insulina, como também aumento expressivo de GLP-1, e adiponectina mesmo não tendo ocorrido à estabilização de peso, e esta perda, conduziu a melhora no metabolismo de carboidratos, em relação à sensibilidade à insulina, contribuindo para a diminuição do risco de desenvolver DM tipo 2. Esta melhora, também, se expressou na redução do quadro inflamatório, assim como no aumento nos níveis de adiponectina e GLP-1

ASSUNTO(S)

cirurgia bariatrica transtornos do metabolismo de glucose obesidade morbida morbid obesity glucose metabolism disorders bariatric surgery resistência à insulina insulin resistance

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