Weed desiccation with the herbicide glyphosate associated to nitrogen fertilizers / Dessecação de plantas daninhas com o herbicida glyphosate associado a fertilizantes nitrogenados

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A expansão dos sistemas conservacionistas de manejo do solo e das culturas geneticamente modificadas para tolerância a herbicidas contribuiu sobremaneira para a crescente adoção do herbicida glyphosate que, atualmente, pode ser considerado o herbicida de maior importância mundial. Na tentativa de elevar a eficácia deste herbicida, diversas substâncias têm sido adicionadas à calda de pulverização, dentre elas a uréia e o sulfato de amônio. Neste sentido, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar aspectos da dessecação da cobertura vegetal com o herbicida glyphosate quando influenciada pela adição de uréia e/ou sulfato de amônio à calda de pulverização, incluindo a análise de doses, alterações no pH da calda, participação fisiológica do nitrogênio, aplicação conjunta dos fertilizantes e controle de diferentes espécies vegetais. Para tanto, nove experimentos foram desenvolvidos em campo, em áreas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Esalq/USP, em Piracicaba SP. Em complementação, cinco experimentos foram desenvolvidos em casa-de-vegetação e outros quatro experimentos foram desenvolvidos no Laboratório de Biologia de Plantas Daninhas, ambos do Departamento de Produção Vegetal, também da Esalq/USP. Todos os trabalhos foram realizados entre abril de 2008 e abril de 2009. Com freqüência, melhor controle das plantas daninhas foi obtido após adição dos fertilizantes à calda, com destaque para o sulfato de amônio e para a combinação dos fertilizantes às menores doses do glyphosate. A massa seca residual da cobertura vegetal foi a variável com mensuração mais complexa e que, em alguns casos, não esteve em concordância com as avaliações de controle. A concentração mais adequada do sulfato de amônio na calda herbicida foi de 15 g L-1, enquanto a da uréia foi da ordem de 5 g L-1. Constatou-se que a ação tamponante do glyphosate tem maior efeito sobre o pH da calda do que as interferências promovidas pelos fertilizantes nitrogenados, de modo que a alteração na eficácia do herbicida está pouco relacionada com esta variável. A adoção do pulverizador costal pressurizado por CO2 também pouco alterou o pH da calda de glyphosate, sem importância prática. Foram encontradas evidências que justificaram a aplicação conjunta de glyphosate com sulfato de amônio e uréia (7,5 + 2,5 g L-1). Somente a aplicação de caldas concentradas em até 20% de nitrogênio não foi eficaz para dessecar a cobertura vegetal. A aplicação de sulfato de amônio via solo elevou a eficácia do glyphosate na dessecação da cobertura vegetal, indicando a participação deste fertilizante em mecanismos fisiológicos relacionados com a maior ação herbicida. Considerandose as espécies vegetais, não foram obtidos resultados satisfatórios para a adição dos fertilizantes nitrogenados à calda de glyphosate visando à dessecação de apaga-fogo (Alternanthera tenella), trapoeraba (Commelina benghalensis) e capim-braquiária (Brachiaria decumbens). Por outro lado, resultados positivos desta associação foram observados sobre o capim-massambará (Sorghum halepense), capim-amargoso (Digitaria insularis) e corda-de-viola (Ipomoea triloba). A adição de fertilizantes nitrogenados à calda do herbicida glyphosate é uma técnica alternativa que pode elevar a eficácia do produto para dessecação da cobertura vegetal. Neste sentido, novos experimentos devem ser estimulados com o objetivo de avaliar diferentes proporções entre os fertilizantes dissolvidos na calda, quando adicionados concomitantemente, bem como a eficácia da técnica sobre outras espécies vegetais.

ASSUNTO(S)

plantas daninhas uréia. fertilizantes nitrogenados herbicidas weeds controle químico urea. nitrogen fertilizers chemical control herbicides

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