Volatilização de amônia e recuperação de nitrogênio pelo milho da ureia perolada, granulada e pastilhada / Ammonia volatilization and nitrogen recovery by maize of pearl, granulated and pads urea

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/02/2010

RESUMO

O N é um dos nutrientes requerido em maior quantidade pelas plantas e é o que mais limita o seu crescimento. Na maioria dos solos o N é encontrado em quantidades que seria suficiente para atender a demanda das culturas, porém uma grande proporção está em forma orgânica do solo e com elevada recalcitrância. Assim, a adubação nitrogenada se faz necessária e, atualmente, a ureia é o fertilizante mais utilizado. Apesar disto, a eficiência agronômica da ureia é comprometida, considerando que a maior proporção das doses do N é aplicada na adubação de cobertura na superfície do solo. Nestas condições a perda de N pela volatilização de NH3 é intensa. Alternativas de manejo da adubação variando o modo e a época de aplicação da ureia e industriais, como a produção de ureia com diferente granulometria, com ou sem aditivos que controlem a hidrólise da ureia, contribuem para diminuir a volatilização da NH3. Este trabalho objetivou avaliar a volatilização de NH3, o N absorvido, o crescimento e a produção de plantas de milho adubadas com ureia perolada e granulada, revestida, ou não, com ácidos húmicos sintetizados a partir de carvão de eucalipto. Foi realizado um experimento em campo, em um Argissolo Vermelho-Amarelo cambico, cultivado há vários anos e com boa fertilidade atual. Avaliou-se a ureia perolada da PETROBRAS (UPP - 446 g kg-1 de N), a ureia perolada UPI (446 g kg-1 de N); a ureia granulada da PETROBRAS (UGP - 449 g kg-1 de N), a ureia granulada UGI (445 g kg-1 de N) e a ureia granulada especial UTI (451 g kg-1 de N). As doses na adubação de cobertura foram: 0, 40, 80, 120 e 160 kg ha-1 de N. Avaliou-se, ainda, a aplicação da adubação de cobertura quando o milho apresentava duas, quatro e seis folhas expandidas e a aplicação da ureia superficial e incorporada à 5 cm, ambas em linha ao lado das plantas. A combinação destes fatores resultou em 19 tratamentos, de açodo com um fatorial incompleto, denominado matriz Baconiana, acrescido de um tratamento adicional, que correspondeu à ausência de adubação nitrogenada de cobertura. Os tratamentos foram dispostos em um delineamento experimental de blocos ao acaso com três repetições. As parcelas experimentais (4,9 x 10,0 m) foram compostas de sete linhas de milho de 10 m de comprimento, espaçadas de 70 cm. A área útil da parcela (16,8 m2) foi constituída pelas três fileiras centrais, eliminando-se 1 m de cada extremidade. Em parcelas de alguns tratamentos foram instalados coletores de amônia semi-abertos estáticos para quantificar as perdas de amônia aos 3, 7, 12, 19 e 26 d após a adubação de cobertura. No final do ciclo vegetativo do milho quatro plantas foram cortadas rente ao solo e dissecadas em colmo, folha, espiga e pendão. O material vegetal foi seco, pesado e analisado para determinação do teor de N. Ao final do ciclo quantificou-se a produtividade de grãos, o número e peso médio de grãos por espiga. Estimou-se o N absorvido pela população de plantas de milho e a recuperação aparente do N suprido pelas formas de ureia. Em outro experimento em casa de vegetação avaliou-se a UPP, a UGP e a UTI, sem revestimento ou revestidas com 200, 120 e 80 g kg-1, de ácidos húmicos, respectivamente e aplicadas na superfície do solo ou incorporada a 3 cm de profundidade. Assim, os tratamentos resultaram da combinação fatorial (3 x 2 x 2) + 1, que correspondeu ao tratamento sem adubação de cobertura. Os ácidos húmicos foram sintetizados a partir de carvão de eucalipto obtido com temperatura final de carbonização de 350 C. O delineamento experimental foi blocos casualisados, com 4 repetições. As unidades experimentais foram vasos com 5 dm3 de um Latossolo Vermelho- Amarelo. Em cada vaso foram instalados coletores de amônia semi-abertos dinâmico. Trinta dias após a adubação de cobertura as plantas foram cortadas rente ao solo. Determinou-se a matéria seca acumulada e o seu teor de N. No experimento em campo constatou-se que a aplicação superficial da UPP e das demais formas de ureia apresentaram quantidade equivalente de NH3 volatilizada. As parcelas fertilizadas com a UGP apresentaram perdas de NH3 significativamente maiores do que aquelas fertilizadas com a UGI. A aplicação incorporada promoveu menor volatilização de NH3 do que a aplicação superficial demonstrando a eficiência desta pratica de manejo da adubação. A UPI promoveu maior produtividade de milho do que a UPP. As formas de ureia granulada UGI, UGP e UTI favoreceram produtividade de milho equivalente a obtida com a UPP. A produtividade do milho não foi alterada pela época de aplicação da adubação nitrogenada, indicando que o N pode ser aplicado quando a planta apresentar duas folhas abertas. A produtividade do milho não diferiu entres os tratamentos com aplicação superficial e incorporada da ureia. O revestimento das ureia perolada (UPP) e granulada (UPI e UTI) com ácidos húmicos não proporcionou menor volatilização de NH3 nem maior acumulo de matéria seca nas plantas de milho. No entanto, para UPP aplicada na superfície do solo o revestimento com ácidos húmicos condicionou maior quantidade de N absorvido e maior recuperação aparente de N pelas plantas de milho.

ASSUNTO(S)

substâncias húmicas volatização de amônia nitrogênio ciencia do solo humic substances ammonia volatilization nitrogen

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