Voice and deglutition in patients with or without laryngeal mobility / Voz e deglutição de pacientes com e sem mobilidade laríngea após tireoidectomia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

INTRODUÇÃO: As queixas vocais e de deglutição podem ser apresentadas após o tratamento cirúrgico da doença de tireóide em pacientes com ou sem a mobilidade laríngea preservada. O objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar a voz e a deglutição de pacientes com e sem mobilidade laríngea alterada após a tireoidectomia. MÉTODOS: Estudo prospectivo no qual foram avaliados pacientes com doença de tireóide divididos em dois grupos: GA, com mobilidade laríngea alterada após a tireoidectomia e GB, preservada. O protocolo de avaliação vocal perceptivo-auditiva e acústica e nasofibroscopia da deglutição foi aplicado no pré, pós-operatório recente e tardio. Ambos apresentaram percentual maior de mulheres, da faixa etária entre 46 a 65 anos e de tireoidectomia total. O número reduzido de tabagistas e da indicação de esvaziamento cervical também foi comum aos dois grupos. O carcinoma papilífero foi mais freqüente no GA e o bócio, no GB; e o volume do tecido ressecado foi menor no GA em relação ao GB. RESULTADOS: A avaliação da deglutição revelou que no GA, não houve alteração no pré-operatório (PRE). No pósoperatório recente (POR) foi observada em 87% e no pós-operatório tardio (POT), em 67%. Houve diferença estatística entre os períodos PRE e POR e PRE e POT (p<0,001). A penetração e aspiração com líquido foram identificadas em 33% da amostra no POR (p=0,014). A estase de alimento ocorreu em 87% no POR e 60% no POT(p<0,001). No GB, somente os resultados entre PRE e POR tiveram significância estatística para deglutição, com aumento de 44% no número de indivíduos com disfagia, apresentando estase e escape prematuro do alimento. Os resultados de voz indicaram que a disfonia em grau discreto caracterizada pela rugosidade esteve presente em 67% da amostra do GA no PRE. Houve diferença significativa entre PRE e POR, no grau geral, tensão, instabilidade, pitch, loudness e foco ressonantal. Entre PRE e POT, a significância ocorreu apenas no pitch e loudness. Os dados acústicos não apresentaram diferença relevante no GA. No GB, 87% foi classificado como disfônico no PRE, com rugosidade (85%) discreta (64%) e ressonância faringolaríngea (67%) como as características mais notadas. A comparação entre PRE e POR revelou piora com diferença significante no grau geral, tensão, pitch e loudness. Entre PRE e POT, houve diferença apenas no pitch e loudness. CONCLUSÕES: Pacientes com doença de tireóide apresentam disfonia mesmo antes da cirurgia. Após a tireoidectomia, apresentam disfonia e disfagia, mais evidentes no pós-operatório recente e mais graves nos indivíduos com mobilidade laríngea alterada. As disfunções estão associadas a fatores supraglóticos e faríngeos e não somente a mobilidade de pregas vocais e podem ocorrer devido a intubação orotraqueal, manipulação da musculatura extrínseca e danos do nervo laríngeo.

ASSUNTO(S)

voice disorder laringoscopia paralisia laríngea distúrbios da voz transtornos da deglutição tireoidectomia thyroidectomy deglutition disorder vocal fold paralysis laryngoscopy

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