Vocal behavior and environment characteristics in praise groups singers / Comportamento vocal e características do ambiente em cantores de grupo de louvor

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Objetivo: Descrever e comparar o comportamento vocal no ambiente religioso de cantores do grupo de louvor de diferentes Igrejas. Métodos: Participaram 30 cantores de grupos de louvor de 10 diferentes Igrejas Evangélicas e Católicas. Um questionário foi aplicado aos cantores, investigando o uso vocal, queixas da voz cantada, conhecimento e freqüência de aspectos da saúde vocal. A avaliação perceptivoauditiva da voz e a análise psicoacústica do ambiente foram realizadas in loco, por três fonoaudiólogas especialistas em voz. A análise estatística de Cluster possibilitou a divisão das igrejas em 3 grupos, de acordo com as semelhanças psicoacústicas: GRUPO I: Metodista, Batista, Católica Carismática, Quadrangular; GRUPO II: Vale da Benção, Evangelho Livre, Renascer em Cristo, Assembléia de Deus; GRUPO III: Católica Tradicional e Presbiteriana. Resultados: Os cantores apresentam conhecimento sobre os aspectos de saúde vocal, mas realizam abuso ou mau-uso vocal e não realizam hábitos que preservam a saúde vocal. Metade dos cantores já realizou aulas de canto mas, por um tempo reduzido. Quanto a queixas vocais, 90% dos cantores apresentaram mais que uma queixa vocal em relação à voz cantada. Na avaliação perceptivo-auditiva da voz constatamos, na maioria, postura corporal adequada, ataque vocal suave, ausência de projeção vocal, articulação precisa, pitch agudo e médio agudo no gênero feminino, médio grave e grave no gênero masculino, qualidades vocais variáveis. O loudness e a ressonância predominantes apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os cantores: GRUPO I loudness variado entre fraco e adequado e ressonância laringo-faríngea; GRUPO II loudness variado entre adequado e forte e ressonância laringo-faríngea; GRUPO III loudness adequado e ressonância equilibrada. Quanto aos aspectos psicoacústicos, houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos: GRUPO I: equalização do som com destaque para os instrumentos, intensidade adequada do som, ausência de reverberação excessiva, compreensão assistemática da mensagem cantada; GRUPO II: equalização variada entre as igrejas, intensidade do som forte, presença de reverberação excessiva, compreensão assistemática da mensagem cantada; GRUPO III: equalização priorizando a voz dos cantores, intensidade do som adequada ao ambiente, ausência de reverberação excessiva e compreensão sistemática da mensagem. Houve correlação estatisticamente significante entre a compreensão da mensagem e as características do som ambiente - equalização, intensidade do som e reverberação excessiva -, bem como, entre ataque vocal suave e presença de projeção vocal, e entre ataque vocal suave e menor número de queixas vocais. Conclusão: Os achados desta pesquisa reafirmam a importância da avaliação in loco, e apontam que neste tipo de avaliação deve ser enfocado, além da voz, o ambiente no qual ela está sendo produzida, com destaque para seu contexto de produção. A avaliação in loco nos possibilita conhecer o comportamento vocal e as características do ambiente que interferem neste comportamento. Assim como nos cantores religiosos, nas vozes profissionais, a compreensão da relação entre voz e ambiente é essencial para a compreensão do comportamento vocal do indivíduo

ASSUNTO(S)

voz religião hábitos avaliacao fonoaudiologia acústica fonoaudiologia

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