Vivendo a verdadeira vida : vivandeiras, mulheres em outras frentes de combates

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Na presente tese, enfoco, como objeto de estudo, as representações das vivandeiras, construtos veiculados em diferentes discursos sobre a presença e a ação das mulheres nos palcos da guerra. Procurei analisar a cena discursiva das imagens de vivandeiras, elaboradas no passado e no presente. Tais imagens revelam suas condições de produção, o modo como foram discursivamente produzidas, reconhecidas e significadas. Num esforço de desnaturalização, estive particularmente atenta aos indícios que me possibilitaram questionar o que se apresentava como dado natural e acessar outras formas de atuação e significação históricas das mulheres nos campos de combate. Procurei sentidos que fugissem dos esquemas prévios e sexistas, instituidores de uma essência feminina/masculina, de um domínio fundado na determinação biológica. Procurei, portanto, escrever uma história do ponto de vista feminino, uma história produzida com outras visões/leituras do mundo social, desatreladas da perspectiva sexista naturalizada como padrão e presente na produção do conhecimento histórico. Tal história evidencia a ação das mulheres na Guerra do Paraguai (1865-70) e na Coluna Prestes (1925-27) para além do modelo de representação da vivandeira francesa, incorporada no imaginário social e da corporação militar com sentidos negativos, pejorativos e diferenciadores. Enfim, escrevi uma história de mulheres na guerra que prioriza os estudos por outras lentes de leitura: a feminista e a de gênero. Apoiei-me também no quadro nocional das representações sociais, do imaginário e memória social e do pensamento da diferença para tornar visíveis e dizíveis as experiências constituídas e constituidoras pelas/das vivandeiras, mulheres que viveram verdadeiramente a vida.

ASSUNTO(S)

guerras representações sexo/gênero historia vivandières vivandeiras women sex/gender mulheres representations wars

Documentos Relacionados