Vivências de docentes de enfermagem no ensino do cuidar

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O cuidar, em uma perspectiva global, aparece nas principais discussões como o fenômeno que deverá permear os pensamentos, a percepção e os valores necessários para a mudança que levará à superação de uma crise paradigmática. O cuidado profissional foi atribuído, no decorrer da história, à Enfermagem. Sua evolução histórica e a articulação com os processos sociais, políticos e científicos colocam-na em lugar de destaque, no que diz respeito ao bem-estar humano, não objetivando apenas curar, mas confortar, complementar as capacidades debilitadas e potencializar as capacidades presentes, aliviando a dor, ou seja, cuidando. O Ensino do Cuidar em Enfermagem sofreu grandes influências do modelo biomédico, sendo assim, a educação em Enfermagem tem sido criticada por se valer de modelos pedagógicos incapazes de promover o crescimento dos sujeitos, mantendo-o passivo diante de seus processos de vida, mostrando fragilidades, atitudes e comportamentos questionáveis, dissonâncias, surgindo a iminência de um ato de cuidar e educar que precisa ser considerado como um agir dialético e intersubjetivo. O objetivo desta pesquisa é compreender a experiência vivida dos docentes de Enfermagem no Ensino do Cuidar, a fim de refletir sobre a inserção da Enfermagem no atual contexto mundial, desvelando a dialética do Ensino do Cuidar e as mudanças paradigmáticas no setor saúde. Trata-se de uma pesquisa de cunho fenomenológico que utilizou a análise do fenômeno situado, para obter as unidades de significado do discurso dos docentes de Enfermagem sobre sua experiência vivida no Ensino do Cuidar. Este estudo permitiu que os docentes de Enfermagem pudessem compartilhar as suas vivências, sentidos e informações sobre o interior de sua ação pedagógica exaltando a interpretação, que surge intencionalmente na consciência, enfatizando a experiência pura do ser-docente, incluindo emoções e afetividades no ensino do cuidar. Na construção dos resultados, três momentos foram desvelados para discussão: o Cuidar Multidimensional; o Cuidar como Prática Profissional; e o Ensino do Cuidar. Os discursos mostraram-se ricos, complexos e por vezes paradoxais. A compreensão de um ensino sensível, que, algumas vezes, chega a se preocupar em resgatar a ternura e a humanidade, vai de encontro ao outros discursos permeados de fragilidades, inconstâncias, tecnificações, que explicitaram falta de preparo pedagógico. O ensino do cuidar precisa adotar uma concepção de ensino/aprendizagem e utilizar metodologias que possam conduzir a uma ação libertadora, capaz de romper com amarras tradicionais e com preconceitos ou hábitos de vida pouco saudáveis, favorecendo a utilização de métodos que promovam o educar pela via do sensível, destacando aspectos que contribuem para esse fim, como a intuição, a emoção, a criação, a percepção e a sensibilidade. Neste sentido, considera-se importante aprofundar questões que possibilitem a criação de estratégias assistenciais e educacionais com a visão do ser humano em sua totalidade, pois se percebe que a abordagem terapêutica precisa ser mais ampla, passando pelo indivíduo, família e suas relações sociais

ASSUNTO(S)

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