Vivenciando a gravidez de alto risco: entre a luz e a escuridão

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A busca por compreender o que significa para a mulher gerar um filho numa situação de alto risco emergiu da minha experiência como enfermeira obstetra e docente, por eu perceber que a gestante na qual identificava-se um ou mais fatores de risco se mostrava lábil e vulnerável diante das incertezas do dia-a-dia, passando a conviver com o fantasma do risco, o qual representava uma ameaça para sua saúde. Para aproximar-me do vivido dessas mulheres, optei pela pesquisa qualitativa na abordagem fenomenológica. A entrevista aberta guiada pela questão: O que é, para você, gerar um filho na sua condição de alto risco?, possibilitou-me o desvelamento do fenômeno. Participaram do estudo dezesseis gestantes, que estavam sendo acompanhadas no Pré-natal de Alto Risco da Policlínica Municipal da cidade de Divinópolis/MG. A análise ideográfica dos discursos dos sujeitos permitiu-me construir as categorias: Corpo vivido/corpo percebido: a expressão de sentimentos na gestação de risco; Vivenciando as expectativas do parto: entre a luz e a escuridão e Interagindo com a equipe multiprofissional: as interfaces da assistência na gestação de risco. A compreensão/interpretação dos aspectos essenciais do fenômeno foi fundamentada nos pressupostos filosóficos da fenomenologia existencial de Maurice Merleau-Ponty e em outros autores que trabalham a temática da gravidez. As gestantes temem morrer na gravidez ou no parto, temem a perda do filho ou que este nasça prematuro ou com alguma deformidade, ao mesmo tempo o superprotege; sentem-se sós, inseguras, vulneráveis; por outro lado, confiantes e esperançosas de que tudo dará certo. Vencido o impacto do diagnóstico, entregam sua saúde à equipe multiprofissional, mudam seus hábitos de vida e procuram seguir as condutas ditadas pelos profissionais de saúde. Acredito que este trabalho sirva de reflexão para os profissionais de saúde, preferencialmente os enfermeiros, acerca da prática do cuidado e da atenção dispensada à gestante de alto risco. Faz-se necessário, portanto, uma assistência de enfermagem mais humanizada coerente com os preceitos ditados pelos programas atuais direcionados à saúde materna, onde a integralidade é apontada como a grande aliada na qualidade da assistência prestada, tanto em nível hospitalar quanto na atenção básica.

ASSUNTO(S)

existencialismo decs questionários decs relações mãe-filho decs enfermagem teses gravidez de alto risco decs equipe de assistência ao paciente decs feminino decs relações profissional-paciente decs gravidez decs enfermagem decs humanos decs

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