Vivência dos trabalhadores da construção civil no contexto da gestão público-privado e os impactos para sua saúde / Experience of construction workers in the context of public-private management and impacts to your health.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/03/2012

RESUMO

Com esta dissertação, foi possível contribuir com a discussão sobre a saúde dos trabalhadores, na área da construção civil, de projetos habitacionais promovidos pela parceria entre instâncias públicas e privadas. Apesar de ser um setor importante para a economia brasileira, a literatura é escassa, especialmente na Psicologia, de estudos a respeito de como os trabalhadores vivenciam os impactos das condições e relações de trabalho, propiciadas pelos gestores, em sua saúde. Com base no referencial teórico e metodológico da Epidemiologia Social, da Psicodinâmica do Trabalho e de autores da Ergonomia, este trabalho visou estudar como os serventes e pedreiros de uma obra habitacional, em um município do interior de São Paulo, vivenciaram as relações e condições de trabalho propiciadas pelas parcerias entre Autarquia, empresa e Caixa Econômica Federal. Para isto, foram identificados os diferentes papéis dos parceiros executores das obras; conhecidas as relações e condições de trabalho; os índices acidentários e de adoecimento foram levantados. As informações foram obtidas por meio de questionários, entrevistas semiestruturadas, observações diretas, pesquisa documental e analisadas por meio de triangulação e definição de categorias à posteriori, construídas a partir do exame dos consensos e dissensos identificados no conteúdo das falas. Os resultados mostraram que a obra financiada pelo Programa Pró-Moradia foi marcada pela lógica do capital, que determinou precárias condições e relações de trabalho. Os trabalhadores que acompanharam a inserção do mestre de obras, por um lado como facilitador da comunicação com os gestores e, por outro, como perda do controle sobre pequenas decisões tomadas pelo coletivo. A qualificação, mesmo que não proporcionada pelos gestores, por meio de cursos, quando a organização do trabalho permitiu, os trabalhadores desenvolveram novas habilidades. As medidas de segurança no trabalho foram paliativas, mas os trabalhadores utilizaram-se de estratégias defensivas e de mobilização, as quais diferenciaram-se de acordo com a relação trabalhista. Entretanto, alguns trabalhadores adoeceram ou se demitiram, pois nem sempre conseguiam superar a organização do trabalho.

ASSUNTO(S)

psicologia social construção civil trabalho saúde psicologia

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