VISIBILIDADE E PODER: um estudo sobre textos nas contas do twitter da UFS, da UFRJ e da USP. / VISIBILITY AND POWER: a study of texts in the twitter accounts of UFS, UFRJ and USP.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/08/2012

RESUMO

A inserção das TIC em nosso cotidiano chega a níveis que já nos induzem a considerá-las como indispensáveis aos afazeres diários. A mídia virtual colabora para a introjeção de um modelo mental valorativo da conectividade. Esse contexto justifica o interesse acadêmico no desenvolvimento de pesquisas que se debrucem sobre o domínio da mídia virtual. Para atender à proposta de observar relações de poder que perpassam os microblogs a partir da constituição de discursos de instituições de ensino superior, tomamos como objeto de trabalho as páginas iniciais do Twitter da Universidade Federal de Sergipe (UFS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de São Paulo (USP). Estabelecemos como objetivos específicos: i. destacar particularidades do domínio virtual por meio da caracterização de noções específicas desse campo; ii. situar o microblog como gênero textual, considerando sua estrutura composicional e o suporte em que é reproduzido; iii. avaliar a emergência do hipertexto como base para os gêneros textuais digitais; tecer considerações sobre a linguagem nesse âmbito; iv. Identificar estruturas discursivas que contribuem para a naturalização de procedimentos de controle e poder; v. compreender como estruturas sociais e estruturas discursivas se relacionam de modo a automatizar um discurso que dita a premência por visibilidade e ilude quando simula liberdade de expressão irrestrita. Para fundamentar a pesquisa, conceituamos alguns termos próprios da cibercultura. Partimos de estudo de Castells (2010) para tratar de internet; com Vaz (2008), discorremos sobre rede; com Santaella (2003) e Primo (2008b), trouxemos o conceito de mídia; fizemos observações sobre o virtual com Lévy (1998), além de algumas colocações sobre globalização, embasadas em Boaventura de Sousa Santos (2002), Sodré (2010), Moraes (2010), Britto (2009) e Chauí (2006). Para delimitar a noção de gênero adotada, tomamos Marcuschi (2005) e Bakhtin (2003); usamos os construtos de Komesu (2005), Recuero (2003) e França (2008) entre outros para caracterizar blog e Zago (2008), Java et al. (2007) e Huberman et al. (2008) na caracterização do microblog. Fizemos breves considerações sobre linguagem no ambiente digital (MARCUSCHI, 2005 e SOARES, 2002) para depois entrarmos na questão do suporte (principalmente MARCUSCHI, 2009, CHARTIER, 1998). Estes conceitos foram articulados aos da Análise Crítica do Discurso a partir da visão sociocognitiva defendida por van Dijk (1985, 2008 entre outros). Os procedimentos metodológicos empregados na coleta de dados partiram da observação simples para interpretação, pelo viés da ACD, de corpus composto por 36 posts. Os resultados confirmaram a hipótese de que estruturas discursivas relacionadas a estruturas sociais são responsáveis pela automatização de um discurso que prega a visibilidade inconteste e a liberdade de expressão irrestrita na comunicação mediada por computador e assim contribuem para a naturalização de procedimentos de controle que alimentam relações de poder verticalizadas.

ASSUNTO(S)

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