Visão subnormal em escolas publicas : conhecimentos, opinião e conduta de professores e diretores do ensino fundamental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Realizou-se estudo descritivo e analítico, tipo transversal com o objetivo de identificar os conhecimentos,opinião e conduta de professores e de diretores do ensino fundamental de escolas públicas do município de Campinas, frente à inclusão educacional do aluno portador de visão subnormal. Foram incluídas neste estudo 12 escolas municipais e 11 estaduais que, no ano de 1999, atuavam com alunos portadores de visão subnormal. Os instrumentosde coleta de dados continham questões estruturadas, desenvolvidas em estudo exploratório e teste prévio, aplicados em escolas de municípios vizinhos. Foi utilizado questionário auto - aplicável junto a 68 professores e, com 23 diretores foi utilizado questionário aplicado por entrevista. Em relação à auto-avaliação do conhecimento pedagógico dos professores para atuar junto ao aluno portador de visão subnormal, os resultados mostraram que 82,3% pouco ou nada conheciam. A maioria dos professores, 92,6%, não tinha formação específica na área da deficiência visual e somente 44,1% declaram ter recebido informações para atuar junto a estes alunos, embora todos tivessem manifestado o desejo de recebê-Ias, destacando-se aí o tema da ampliação dos materiais escolares. Quanto à conduta pedagógica do professor sobre a adaptação de materiais e alterações ambientais em sala de aula, observou-se significância com as variáveis: série escolar lecionada, obtenção de informações para atuar junto ao aluno, existência de recurso humano especializado na unidade e apoio da direção da escola. Verificou-se que 95,6% dos professores manifestaram que a ajuda do professor especializado é muito importante, mas, somente 55,9% dispõem deste profissional na sua unidade de ensino. A maioria revelou haver dificuldades para a inclusão educacional, apontando entre elas o próprio despreparo (92,7%) e as salas numerosas (83,6%). Os resultados mais significativos declarados pelos diretores revelaram que: segundo 78,3% havia nas escolas materiais didáticos específicos para atuar junto aos alunos portadores de visão subnormal e 74,0% receberam informações para a escola atuar junto a estes alunos. Em relação à ajuda do professor especializado, 95,7% dos diretores manifestaram ser muito importante, mas, somente 65,2% contavam com este profissional na sua unidade. Todos os diretores mencionaram o recebimento de literatura especializada como uma das necessidades para o professor atuar junto ao aluno portador de visão subnormal, tendo sido também apontados o programa de orientação continuada, cursos de curta duração e informações iniciais sobre este aluno. Verificou-se que 91,3% manifestaram-se favoráveis à liberação do professor no horário de trabalho para realizar estas atividades. Os diretores reconheceram haver dificuldades no processo inclusivo (82,6%), apontando como causas principais o despreparo do professor, a ausência de recursos humanos especializados e de materiais específicos. Concluiu-se que para garantir a efetiva inclusão educacional serão necessárias medidas como o estabelecimento de programas de capacitação do professor do sistema regular de ensino, o provimento de recursos materiais específicos e tecnológicos às escolas e aos alunos e o encaminhamento de relatórios oftalmológicos aos professores sobre os alunos portadores de visão subnormal. Recomenda-se como sugestão, o desenvolvimento de uma ampla ação conjunta entre os profissionais da área da saúde e da educação, dos órgãos governamentais competentes, bem como, dos portadores de visão subnormal com seus familiares.

ASSUNTO(S)

oftalmologia - pesquisa educação integração escolar deficientes visuais

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