Violências de baixo, violências de cima na revolução russa

AUTOR(ES)
FONTE

Lua Nova: Revista de Cultura e Política

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Defensores de uma ideologia que fazia da violência das massas o motor da História, de um projeto político fundado no terror como instrumento primitivo e em uma visão radical e explicativa que legitimava o uso da violência a serviço de um modelo político-militar de construção de uma sociedade nova, os bolcheviques souberam, melhor do que seus adversários, instrumentalizar e canalizar as violências sociais. Porém, a brutalização do corpo social do ex-império russo teve, em contrapartida, um impacto crucial sobre o próprio bolchevismo. Ela fortaleceu certos postulados leninistas sobre a violência como "verdade da política" e ativou a identificação da política e da guerra por meio de uma surpreendente inversão da fórmula de Clausewitz, "a política como continuação da guerra por outros meios". Surgiu, assim, uma verdadeira "cultura política da violência" que se instalou, muito rapidamente, no coração do Estado "sucessor" do ex-império czarista, a URSS.

ASSUNTO(S)

revolução russa violência social e violência política bolchevismo união soviética

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