Violência física grave entre parceiros íntimos como fator de risco para inadequação no rastreio do câncer de colo de útero

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/12/2017

RESUMO

Resumo: Com o objetivo de avaliar a ocorrência de violência física grave entre parceiros íntimos como fator de risco para inadequação no rastreio do câncer do colo do útero, foi desenvolvido um estudo do tipo caso-controle com aplicação de formulário multidimensional com 640 usuárias da Estratégia Saúde da Família do Município de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. As mulheres que não realizaram o exame colpocitológico nos últimos três anos foram consideradas como casos. Os resultados demonstraram que as variáveis abusos contra a mulher (ORajustada = 2,2; IC95%: 1,1-4,4) e a coocorrência do evento no casal (ORajustada = 3,8; IC95%: 1,4-9,8) como fatores de risco à inadequação no rastreio da doença. O abuso de álcool pela mulher se mostrou como modificador de efeito para a não realização do exame pelas vítimas (ORajustada = 10,2; IC95%: 1,8-56,4) e nos casos de coocorrência de violência (ORajustada = 8,5; IC95%: 1,4-50,7). Além dos fatores já reconhecidos na causalidade das violências entre parceiros íntimos, os resultados apontam para relação de risco entre as experiências abusivas vivenciadas pelas mulheres e a inadequação do rastreamento. Desse modo, ampliar o olhar sobre o absenteísmo das mulheres aos exames deve ser considerado, já que esse indicador pode desvelar demandas não percebidas facilmente pelas equipes de saúde.

ASSUNTO(S)

neoplasias do colo do Útero programas de rastreamento violência doméstica violência contra a mulher atenção primária à saúde

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